Cabo Verde Airlines estuda viabilização de voos para São Vicente e Praia

Em comunicado a companhia aérea diz que está disponível para “avaliar as condições para a viabilização de voos para S. Vicente e Praia”. Mas o foco estará sempre “no modelo de negócios assente no Hub Aéreo”.

Segundo a empresa a não inclusão de Praia e São Vicente nos planos de voo da Cabo Verde Airlines tem a ver com “a opção tomada de apostar num modelo de negócio assente numa operação Hub & Spoke, com base na ilha do Sal” uma vez que, como explica, o modelo em que a empresa operou até agora “está esgotado”. “O modelo assente na operação ponto a ponto esgotou-se, tendo demonstrado durante longos anos que não tem sustentabilidade e muito menos potencial para contribuir da melhor forma para o aproveitamento da localização estratégica de Cabo Verde”.

A exploração do Hub do Sal, acrescenta o Conselho de Administração da Cabo Verde Airlines, é “uma opção tomada, por forma a potenciar as oportunidades de negócio que a localização estratégica de Cabo Verde, entre Europa, América do Norte, Brasil e Costa Ocidental Africana, poderá oferecer, buscando um parceiro estratégico, com experiência comprovada na gestão deste modelo de negócio”.

“O Hub Aéreo surge como o modelo mais adequado para o crescimento e a sustentabilidade futura da empresa”, garante a Cabo Verde Airlines.

Garantindo que tem “plena consciência dos voos realizados actualmente pelas companhias concorrentes para Praia e Mindelo e que usam o Hub dos seus respectivos países para oferecerem mais conexões com Cabo Verde” a empresa não exclui “a hipótese de vir a estudar, em sintonia com o parceiro estratégico, a viabilidade de uma operação para servir as duas maiores cidades do país numa base de complementaridade ao hub e sem por em causa a essência e os objectivos estratégicos subjacentes ao seu novo modelo de negócios”.

Novos destinos?

No comunicado a empresa deixa igualmente algumas pistas quanto a novos destinos a serem explorados e que resultam de “um estudo detalhado de mercados potenciais, por forma a se definir a rede de rotas e frequências a ser operada pela Cabo Verde Airlines no âmbito do Hub”.

Assim, para além dos destinos actuais para onde opera – Portugal, França, Itália, Senegal, Brasil e Estados Unidos – a empresa aponta igualmente para o Canadá, Nigéria e Angola como destinos que surgem como resultado de um estudo de mercados potenciais.

Acusações e manifestação

A ausência de voos para São Vicente tem marcado a actualidade nacional. Esta semana, durante a sessão parlamentar, o PAICV acusou o governo de descurar a coesão territorial do país e de deixar a mobilidade dos cidadãos à mercê da dinâmica do mercado.

Em causa, a falta de ligações aéreas internacionais, através da Cabo Verde Airlines, para o aeroporto internacional Cesária Évora, no Mindelo, bem como a reacção do primeiro-ministro, que isentou o governo de qualquer responsabilidade nesta matéria.

O Presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, lembrou que a TACV é uma empresa do Estado e que como tal o serviço público deve ser garantido.

“A TACV é uma empresa do estado e por isso as decisões são politicas, porque na hora de pagar as dívidas da má gestão, as decisões têm sido sempre politicas e quem paga é o povo dessas ilhas, através do orçamento do estado. Continuamos a pedir os 4 voos semanais para São Vicente-Lisboa, porque se para outras companhias com 5 ou 6 voos semanais é rentável, para os TACV também tem de ser rentável”

Também o movimento Sokols 2017 considera que o primeiro-ministro lavou as mãos em relação à suspensão das ligações directas da Cabo Verde Airlines entre São Vicente e o estrangeiro e agendou uma manifestação para este domingo.

A “Marcha de indignação de Soncente” foi agendada para exigir a reposição das ligações directas da TACV de e para São Vicente.

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Autoria:Andre Amaral, Lourdes Fortes, Fretson Rocha,14 dez 2018 9:44

Editado porAndre Amaral  em  4 set 2019 23:22

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