A apresentação dos resultados foi feita, hoje, pelo Coordenador Técnico do inquérito, Orlando Monteiro, que informou que se antes 1 em cada 5 mulheres eram vítimas de violência física, hoje 1 em cada 10 é agredida.
O estudo aponta ainda uma maior prevalência de vítimas de violência baseada no género entre as mulheres divorciadas/separadas ou viúvas (32,9%), mulheres que têm emprego remunerado (13,6%) e as com um nível de ensino básico (18,7%).
Quanto ao perfil do agressor trata-se, conforme a mesma fonte, de ex-marido/companheiro tendo a percentagem diminuído de 75,8% em 2005 para 48,8% em 2018.
No que concerne a violência sexual, novo item introduzido no IDSR-III, foi registada uma prevalência de 5,8% de mulheres que sofreram este tipo de violência desde os 15 anos de idade, e 3,4% foram vítima no espaço de 12 meses (de Fevereiro de 2017 a Fevereiro de 2018).
“Notamos ainda que o ex-marido/parceiro é quem mais comete este tipo de agressão”, informou Orlando Monteiro.
O Coordenador Técnico do INE destacou ainda que a percentagem de mulheres com idades compreendidas entre 15 e 49 anos vítimas de violência física durante a gravidez: “São as mulheres divorciadas/separadas ou viúvas (7,9%), com um nível de escolaridade básico (7,5%) e estão nas ilhas de Sal (9,4%) e São Vicente (8,5%) ”, avançou.
Orlando Monteiro noticiou que o IDSR-III introduziu ainda dados sobre homens vítimas da violência física conjugal, segundo as declarações das mulheres inqueridas que afirmam que viram a mãe agredir o pai. Prosseguindo, disse que os dados apontam uma percentagem de 9,2% de homens agredidos em qualquer momento e 6,1% nos últimos 12 meses.
No que respeita à atitude de controlo da mulher por parte do marido, os dados apontam que 69,8% dos homens não aceitam que a companheira conviva com as amigas, 52,6% tem ciúme e fica chateado caso a mulher fale com outros homens, 46,4% insiste todo tempo para saber onde a companheira está ou vai, 17,2% acusa-a frequentemente de infidelidade e 15,3% tenta limitar o contacto com a família.
O estudo mostra ainda que 53% das mulheres vítimas nunca procurou ajuda e nunca falou sobre o seu caso a ninguém e apenas 39,9% procurou ajuda para pôr cobro à violência.
O IDSR-III foi realizado pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) em parceria com o Ministério da Saúde, tendo sido recolhidos dados relativos à violência doméstica vs. Violência Baseada no género (VBG), no sentido de permitir ao Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) finalizar o 5º Plano Nacional de Igualdade de Género (PNIG 5).
Foram entrevistadas 2355 mulheres de 15 a 49 anos que foram seleccionadas aleatoriamente.