“O que eu posso fazer por eles é um pouco o que fiz hoje, que foi já esta iniciativa. Esta iniciativa foi de ter o pretexto de desejar um bom ano novo a um conjunto de jovens, alguns que eu conheço, outros que eu vejo por aí na lavagem dos carros. Desconhecemos o número total de lavadores, seja aqui na capital, seja no país todo, mas [pensei] que deveriam ter preocupações, problemas, tinha mais ou menos a ideia de que poderiam ter alguma situação de conflitualidade ou de falta de sintonia com o poder municipal, sobre o local das lavagens dos carros”, disse o Presidente da República, complementando que o encontro foi, sobretudo, para encaminhar essas pessoas para um diálogo mais concreto com a Câmara Municipal da Praia.
No final do encontro Jorge Carlos Fonseca afirmou ter conseguido ter um diálogo e conhecer melhor os problemas. Por isso, garantiu que a Presidência da República vai ser um elemento de ligação entre os lavadores de carros e a CMP, para em conjunto encontrar soluções.
Ter um lugar para lavar os carros no Plateau foi a questão principal, levantada pelos lavadores. Vítor Almeida, em declarações à imprensa, revelou que a CMP garantiu arranjar um lugar para a lavagem de veículos, porém que fixaram os sinais de proibição de lavagem sem que lhes fosse arranjado um outro espaço.
“Um deputado de MpD disse que era para não nos preocuparmos que a CMP só ia nos tirar dali depois de arranjar um lugar para nós lavarmos os carros, duas semanas depois fixaram os sinais de proibição….. querem nos tirar do Plateau...se sairmos daqui vamos ficar sem trabalhar, sem criar a nossa família”.
Víctor Almeida disse ainda que espera que com o encontro, o Chefe de Estado possa dar alguma esperança de que tudo venha a ser resolvido e que os lavadores de carros continuem a ganhar “o seu pão”. Pediu ainda apoio para criarem uma associação de lavadores de carros de modo a facilitar as negociações com o poder municipal.
Em contrapartida, o representante da CMP, Manuel Correia, assegurou que sempre existiram lugares onde é proibida a lavagem de viaturas. Defendeu ainda que numa cidade deve haver normas e regras e que o código de postura municipal proíbe a lavagem de veículos nas zonas onde há aglomeração de pessoas e onde há edifícios públicos e privados, proibição que tem também a ver com saúde pública.
“Há regras e claramente há lugares em que a CMP, há muito tempo, tem colocado sinais verticais que proíbem lavagem de veículos. Se formos ver, onde colocamos 'proibido lavagem de veículos' sempre os condutores se afugentam e procuram outros lugares para fazer a lavagem de veículos”, disse.
Manuel Correia declarou que os lavadores de veículos podem fazer uma proposta que vai ser analisada pela CMP, que entretanto vai reunir-se com os mesmos e avaliar um local exacto de lavagem de veículos. A reunião, continuou, poderá ser realizada após o Carnaval.