Segurança e saúde pública e transformação agrícola principais pilares da agenda Cabo Verde 2030

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,19 jun 2020 10:19

A segurança, a saúde pública, o digital e a transformação agrícola são os principais pilares da agenda de Cabo Verde para o horizonte 2030, e cuja implementação vai exigir investimentos que ultrapassem os 500 milhões de contos.

Segundo o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, para a elaboração desse documento, que vem lado a lado com o programa de emergência económica para evitar a falência das empresas e o desemprego em massa, o Governo levou em consideração dez aspectos fundamentais que constituem agora os dez pilares desta agenda 2030.

O primeiro pilar tem a ver com a segurança entendida como um bem essencial. Olavo Correia salienta que Cabo Verde tem de ser um País seguro, e por isso o Governo vai “investir fortemente” numa perspectiva de “garantir a segurança total”.

“Estamos a falar na perspectiva da segurança total, a segurança sanitária, a segurança alimentar, segurança física, a nível dos transportes aéreos, marítimos e terrestres, segurança cibernética, segurança colectiva (defesa), segurança ambiental e económica e segurança ao nível da protecção civil”, explicou o governante em entrevista à Inforpress.

O segundo pilar relaciona-se com a saúde pública, já que, segundo frisou, enquanto um destino turístico Cabo Verde tem de ter um sistema de saúde robusto que responda às necessidades.

“Nos temos de investir de forma séria na saúde, nos recursos humanos, na criação de uma saúde em rede com o mundo, quer em termos de capacidade institucionais, quer em termos de ligação à nossa diáspora que tem um grande potencial a nível do sector. Temos enormes oportunidades do ponto de vista de actividade económica, mas também de criação de empregos qualificados para os nossos jovens nos próximos anos”, acrescentou.

Segundo Olavo Correia, o terceiro pilar é o digital quer na perspectiva de economia digital, como da governação digital. O objectivo, sustentou o ministro das Finanças, é investir para, no futuro, fazer de Cabo Verde um País inteligente e digital.

O quarto pilar dessa “ambiciosa agenda” de Cabo Verde para horizonte 2030 está relacionado com os sectores da energia, água, saneamento e habitação social, e o quinto pilar com energia, água de rega, transformação agrícola e alterações climáticas.

O vice-primeiro-ministro sustenta que sem uma agenda forte ao nível da transformação agrícola não é possível vencer o desafio da pobreza, já que, conforme sustentou, “muitas das pessoas que vivem na pobreza vivem do campo e no campo”.

“Sem água de rega acessível e a bom preço não conseguiremos garantir a transformação agrícola e sem energia a bom preço não conseguiremos produzir água a bom preço para a rega”, disse.

O sexto pilar é o Capital humano e inclusão social e o governante considera igualmente que sem capital humano, sem pessoas qualificadas não será possível falar nem do digital nem, dos transportes nem da energia, nem da indústria e nem de qualquer outro sector, porque o que dá corpo a tudo são as pessoas.

O sétimo pilar tem ver com Cabo Verde enquanto País plataforma.

Neste quesito indicou que as sete plataformas (aérea, marítima, digital, dos transporte e do turismo, financeiro, plataforma industrial e comercial) que fazem parte do Plano Estratégico de Desenvolvimento Estratégico (PEDS) vão ser revisitados, sendo certo que as mesmos continuam válidas na estratégia de construção de um futuro melhor para Cabo Verde.

O oitavo pilar, de acordo com o ministro, tem a ver com as instituições e mais concretamente com a qualidade do serviço público e o ambiente de negócio, e o nono pilar com as respostas macroeconómicas e soluções para a dívida pública, particularmente a dívida externa.

“Cabo Verde precisa investir até 2030 mais de 500 milhões de contos e isso não será possível se continuarmos com o nível da dívida pública que temos no nosso balanço., Nós temos de encontrar uma solução para a dívida externa para podermos garantir a implementação da agenda até 2030”, sustentou.

O décimo e último pilar tem a ver com a ancoragem de Cabo Verde pois, de acordo com o governante, o País não pode continuar a ser os dez grãozinhos de terra no atlântico médio sem nenhuma ancoragem internacional para melhor gerir os choques externos.

“Por exemplo, temos o caso de Portugal que, se não tivesse a União Europeia para injectar 17 mil milhões, praticamente a fundo perdido estaria numa situação complicadíssima. E Cabo Verde não tem essa ancoragem. Por isso precisa dessa ancoragem internacional para poder também melhor gerir os choques externos que podem advir de vários fenómenos internacionais”, disse.

As linhas orientadoras dessa agenda 2030 vão ser apresentadas hoje publicamente numa reunião a ser presidida pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, e que servirá também para a apresentação do quadro de impacto económico e social da covid-19.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,19 jun 2020 10:19

Editado porSara Almeida  em  2 abr 2021 23:21

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