As declarações do Presidente da República foram feitas hoje, por ocasião da abertura de IV Conferência Internacional sobre a Língua Portuguesa no Sistema Mundial, que decorre de hoje, 26, até sexta-feira, 28.
“Na realidade, em várias regiões da nossa Comunidade, no meu país por exemplo, deparamos com limitações assinaláveis no domínio da língua portuguesa, que poderão estar relacionadas com as grandes transformações que sacodem o mundo e com outros factores específicos e diversificados com reflexos nos sistemas de ensino”, aponta.
Para o Chefe do Estado é necessário construir, com alguma urgência, respostas para essas realidades. “Estou certo de que, no debate sobre políticas públicas para a promoção da leitura, este aspecto será tratado com a necessária profundidade. Seria desejável a identificação clara das situações ou regiões que poderão necessitar de maior atenção nos domínios da promoção da leitura, da pesquisa e da formação”.
“Acredito que parte significativa das soluções passará pela criação de condições que permitam ao Instituto de Língua Portuguesa assumir as suas funções na plenitude, bem como pelo envolvimento das Universidades e Centros de Estudo”, assegura.
Em relação ao nosso desenvolvimento tecnológico comum, o Chefe do Estado acredita que é incontornável a sua adaptação às possibilidades de transmissão do conhecimento, através da investigação, ciência e inovação, explorando também todo o seu potencial criativo.
“Temos todas as razões para estar optimistas quanto à evolução da língua portuguesa e sua afirmação no contexto mundial, que é o tema desta conferência. Estudos indicam que nos próximos 40 anos, ela ganhará mais de 100 milhões de novos falantes, o que só nos pode deixar satisfeitos e é demonstrativo da sua pujança e vitalidade”, sublinha.
E frisa que com esta perspectiva bem positiva, só podemos augurar um futuro rico para os legatários e usuários da língua portuguesa e as potencialidades de realização que se abrem para ela. “Esta tem sido e será a nossa contribuição para a Humanidade, para a sua vasta diversidade cultural. Uma língua cuja posse pertence aos seus falantes e o usufruto a quem a pratica e enriquece, no seu dia-a-dia”.
“De todas as ferramentas à nossa disposição, sabemos como a língua portuguesa é a mais poderosa, aquela que nos poderá levar mais longe na nossa inserção no vasto e complexo mundo em que existimos, e servir como janela para o conhecimento. Cabe-nos preparar o caminho para que as novas gerações possam tirar o máximo proveito do potencial deste idioma comum, do qual se pode ver sempre o mar, que nos une nesta viagem secular”, acrescenta o Chefe do Estado.