Em conferência de imprensa proferida hoje, a organização sindical, pela voz do sindicalista Tomás Delgado, alertou que o encarecimento da electricidade vai levar, por arrastamento, ao aumento de outros bens e serviços de primeira necessidade e consequente diminuição do poder de compra dos cabo-verdianos.
“É bom não esquecer que, desde 2011, os salários na administração pública se encontram congelados, e que durante todo esse lapso de tempo, os trabalhadores perderam mais de 10% do seu poder de compra”, refere.
“Convém não esquecer ainda que o Governo actual, que é o mesmo que vem dirigindo o país desde 2016, apenas concedeu, passado todo esse tempo da sua governação, um único aumento salarial, em 2019, na ordem de 2,2%, só para os trabalhadores do quadro comum da administração pública”, aponta.
Tomás Delgado, do Sindicato de Metalomecânica, Transportes, Comunicações e Turismo (SIMETEC), lembra que Cabo Verde ainda continua a enfrentar a crise pandémica da COVID-19, o que requer a manutenção e o reforço das medidas de apoio e protecção que têm sido adoptadas.
É neste sentido que, à semelhança da Plataforma Sindical – Unir e Resgatar a UNTC-CS, a União dos Sindicatos de São Vicente sugere três medidas ao executivo liderado por Ulisses Correia e Silva.
“Suspensão imediata dessa medida, por ser socialmente cruel, injusta e economicamente insustentável. A manter-se essa medida, que seja declarado o fim imediato do lay-off, passando os trabalhadores nessa condição a auferirem 100% do seu salário, e não 70%. Aumento salarial geral, tanto para os trabalhadores da administração pública, como para as empresas públicas e privadas, com vista a fazer face a esse aumento brutal da electricidade”, defende.
A USV diz-se aberta e disponível para, caso venha a ser necessário, se juntar a outros sindicatos com vista a prepararem as formas de luta que a situação se impuser, nomeadamente manifestações.
De acordo com as novas tarifas anunciadas pela Agência Reguladora Multisetorial da Economia (ARME), o preço da electricidade vai subir até 37% a partir de 01 de outubro. A ARME justifica esse ajuste com o aumento do preço dos combustíveis no último ano.