Eliseu Tavares pede ao governo que convoque uma reunião de urgência da Concertação Social. O sindicalista lembra que desde 2011 que não há revisão salarial.
“2020, 2021 e ainda em 2022 muitos trabalhadores estão a perder rendimentos, estão a perder postos de empregos, portanto, nós já estamos a ser sacrificados há muito tempo”, afirma.
“Caso não haja nenhum sinal para melhoria, nós vamos fazer aquilo que nos compete, que é organizar, chamar todos os sindicatos, chamar todos os trabalhadores, para nos unirmos e sairmos à rua, isso vai ser um facto", avança.
Questionado sobre qual o nível de aumento pedido, Eliseu Tavares responde que os sindicatos não ousam “apresentar uma percentagem". "Estamos cientes e certos de que as medidas tomadas até então estão longe de amortecer o verdadeiro impacto que os aumentos têm estado a provocar na vida das pessoas", frisa.
No passado dia 4 de Julho, Ulisses Correia e Silva voltou a afastar a possibilidade de aumentos, afirmando que o Governo vai concentrar esforços nas pessoas sem rendimentos. “Não há margem para aumentos, ainda por cima neste contexto que se agravou significativamente. Não é só um problema de finanças públicas, é um problema depois de repercussão no sector privado e um problema de espiral inflacionista que isso poderá provocar”, disse. O presidente da Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL), José Manuel Vaz, também pediu aumentos salariais, explicando que as crises estão a levar à subida dos preços de praticamente todos os bens e serviços, mas os salários dos trabalhadores permanecem os mesmos.