Fernando Rocha avança que o inquérito visa conhecer a pobreza em toda a sua dimensão.
A recolha de dados irá permitir ao INE produzir as contas nacionais e actualizar o cabaz de consumo das famílias cabo-verdianas, o que por sua vez permitirá actualizar os ponderadores utilizados para o cálculo do índice de preço no consumidor (ipc).
“[Também] visa produzir indicadores que irão permitir fazer o seguimento e monitorização dos planos, dos projectos e das agendas quer nacional, quer internacional. Obviamente que a nível nacional falamos do PEDS (Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável) e a nível internacional falamos dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), Agenda das Nações Unidas 2030 e Agenda Africana 2063. Este inquérito visa a recolha de dados que serão transformados em indicadores, o que irá permitir ao pais avaliar a quantas andamos em matéria de protecção social, isto em função daquilo que é a realidade do país actualmente”, explica.
O inquérito será realizado em todo o país. No terreno estarão 23 grupos de trabalho, distribuídos um por cada município, sendo que na Praia existirão três grupos e em ilhas como São Vicente e Sal dois grupos.
“Iremos inquirir cerca de 7.651 alojamentos familiares, em todo o território nacional. Iremos trabalhar com cerca de 83 agendes de terreno, entre inquiridores e controladores, suportados tecnicamente no terreno por 10 técnicos do INE. Técnicos com muita experiência em matéria de realização de inquérito do género, o que irá facilitar o trabalho dos agentes de terreno”, avança.
A operação estatística custará à volta de 254 mil contos, com financiamento assegurado a 100% pelos parceiros, nomeadamente o governo de Cabo Verde, o Banco Mundial, a cooperação luxemburguesa e as Nações Unidas.