O programa do evento global é extenso. No essencial, os líderes mundiais devem ter como foco a redução das emissões de gases com efeito de estufa, a adaptação a fenómenos meteorológicos extremos, o fundo de perdas e danos, a transição energética e a saúde. De acordo com informações publicadas no site da COP28, para cumprir a sua agenda ambiciosa, a conferência vai ser inclusiva, transparente, pragmática e orientada para os resultados.
Na reunião, organizada pelas Nações Unidas, os países procuram acordar formas de mitigar as emissões provocadas pela ação humana e de adaptar os territórios aos efeitos dessas alterações. Os compromissos financeiros vão estar no centro da COP28. Os peritos dizem que são necessários cerca de mil milhões de dólares por ano para apoiar os países em desenvolvimento.
Cabo Verde, por exemplo, é um dos países que emitem baixas taxas de emissões poluentes, mas sofre cada vez mais as consequências de eventos climáticos como longos períodos de seca. O arquipélago marca presença na cimeira do clima através de uma delegação chefiada pelo Primeiro-ministro. A intervenção do governante está prevista para sábado.
“O chefe do Governo apresentará a sua visão para o país e defenderá os interesses de Cabo Verde em matérias de financiamento climático e ambiental, enfatizando a importância de centrar os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS) nas condições de financiamento diferenciadas”, lê-se numa nota do executivo.
De acordo com o mesmo documento, o chefe do executivo participa, igualmente, num evento paralelo sobre “Transformar o financiamento climático”, organizado por Portugal, onde vai ser assinada uma adenda ao Acordo Climático e Ambiental rubricado em Agosto de 2022 com aquele país europeu que assumiu o compromisso de participar com 12 milhões de euros no fundo.
Em debate, na COP28, vai estar quanto dinheiro vai para o novo fundo de perdas e danos que se destina a pagar “as dispendiosas consequências” de eventos climáticos extremos. Isto quando os países ricos estão longe de cumprir as promessas feitas em 2009 quanto ao financiamento.
O presidente da COP28, o ministro da Indústria dos Emirados Árabes Unidos, Sultan Ahmed Al Jaber, defende que para alcançar progressos na adaptação é preciso, primeiro, definir o que significa o sucesso em termos de travar a perda da biodiversidade, restaurar terras agrícolas, preservar florestas, proteger as zonas costeiras, garantir que ninguém passe fome e salvaguardar vidas e meios de subsistência em todo o mundo.
O Brasil é considerado indispensável nas discussões sobre o clima devido a importância da Floresta Amazónica, e pelo facto de o país liderar várias iniciativas que contribuem para a redução das emissões de gases que causam o efeito estufa. O país participa com uma delegação recorde de 2400 pessoas, liderada pelo presidente Lula da Silva. A ministra brasileira do ambiente, Marina Silva, diz que o seu país vai propor a criação de um fundo internacional para proteger as florestas tropicais.
Acredita-se que o ponto chave da COP28 seja a discussão em torno do Acordo de Paris, e como as nações colocaram em prática as ações previstas no documento, que tem como objectivo limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5 graus celsius até 2050.
Durante a 28ª Cimeira do clima das Nações Unidas, governos, jovens, empresas, investidores, sociedades civis, entre outros, vão estar reunidos no sentido de encontrar soluções específicas que devem ser incrementadas nesta década para limitar o aquecimento global, criar resiliência e mobilizar financiamento em grande escala.
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