O valor total do projecto é de 14 milhões de euros. O documento foi rubricado, na tarde desta sexta-feira, no Dubai, entre o ministro da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde, Gilberto Silva, e o ministro do Ambiente e da Acção Climática de Portugal, Duarte Cordeiro. Na sua intervenção, Gilberto Silva destacou um projecto com impacto concreto e direto na vida das pessoas.
“O projeto diz respeito à produção de energia solar, portanto, energias renováveis, para a injeção na rede e também para reduzir os custos da produção da água. Vamos poder, com a realização deste projeto, produzir cerca de 18 gigawatts de electricidade/ano. Com isto, vamos poder reduzir a importação de combustível na ordem das 4 mil toneladas de combustível/ano e também vamos poder reduzir 13 mil toneladas de carbono ao ano em termos de redução da emissão”, diz.
Presente no acto, o Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse esperar que outros parceiros bilaterais de Cabo Verde siga o exemplo de Portugal na conversão da dívida do país em financiamento climático.
“Este passo é muito importante e queremos que outros credores, particularmente os bilaterais, sigam o exemplo de Portugal. Que não tenham receio de que estarão a fazer um bom investimento. Parar como nós estamos, nas condições de manter tudo constante, a situação só piora com a ação das mudanças climáticas. Então temos que fazer efeitos de choque.
E esta iniciativa de Portugal é contagiante. Já nas Nações Unidas e na Assembleia Geral, muitos países se interessaram sobre o exemplo de Portugal e Cabo Verde. Espero que seja um contágio positivo, que outros parceiros, outros países vejam e sigam este exemplo”, aponta.
Do lado de Portugal, o Primeiro-ministro, António Costa, diz que a conversão da dívida é uma forma de Cabo Verde honrar os seus compromissos de forma inteligente e de Portugal ver realizado os seus créditos também de forma inteligente.O objectivo é, depois de uma avaliação, avançar para a conversão da restante dívida do arquipélago em investimentos na transição climática.
“Isso ajuda Cabo Verde, ajuda toda a humanidade e por isso também é uma grande ajuda para Portugal. Esse acordo é um acordo onde definimos um período piloto, se assim podemos dizer, até 12 milhões de euros até 2025.
E chegados a 2025, teremos a oportunidade de avaliar e, como todos esperamos, será uma avaliação de sucesso, então avançamos para a segunda fase da conversão dos 140 milhões restantes da dívida em Fundo de Investimento Climático em Cabo Verde”, refere.
A assinatura da adenda ao memorando sobre reconversão da dívida entre Portugal e Cabo Verde aconteceu à margem da participação dois países na COP28, que decorre nos Emirados Árabes Unidos.
A Rádio Morabeza está no Dubai a convite da CFI - agence française de développement médias.