No Boletim Oficial desta quarta-feira, 15, o Governo justifica que a agricultura em Cabo Verde enfrenta desafios significativos devido à aridez climática, escassez hídrica e condições adversas que impactam a segurança alimentar e os rendimentos das famílias.
Assim, lê-se o Programa do Governo 2021-2026 prioriza a modernização do sector agrícola como um dos principais pilares de desenvolvimento, o que requer investimentos em tecnologias inteligentes e resilientes para aumentar a produtividade com os mesmos recursos de água e terra e sob as mesmas condições climáticas.
Entre os sectores agrícolas mais rentáveis do país, a horto-fruticultura destaca-se por gerar empregos directos e impulsionar outros subsectores da cadeia produtiva, como a venda de insumos, produção e transporte.
“A introdução de novas tecnologias, como a microirrigação e o cultivo protegido, tem resultado em aumento de renda e produção, além de melhorias na qualidade dos produtos e a sua disponibilidade ao longo do ano”, diz o Governo.
Apesar desses avanços, o executivo explica que o sector agropecuário enfrenta dificuldades de financiamento, já que os pequenos agricultores, que representam 96% das explorações, têm dificuldade em acessar mecanismos tradicionais de crédito devido à resistência e aversão ao risco do sistema bancário nacional.
Reconhecendo essas dificuldades, o Governo decidiu implementar um programa de apoio aos agricultores na aquisição e instalação de estufas agrícolas, oferecendo uma subvenção de 50% dos custos dos materiais e instalação.
O recém-aprovado Programa de Incentivos para o Cultivo Protegido - Estufas Agrícolas, com um montante total de 185.790.000 escudos, tem abrangência nacional e é destinado a todos os agricultores interessados na produção agrícola em sistema de cultivo protegido.
Este programa será financiado pelo Programa de Produção Alimentar de Urgência (PPAU - Cabo Verde/A EPPP), no âmbito do acordo de empréstimo celebrado entre a República de Cabo Verde e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
A iniciativa visa promover e dinamizar a produção e produtividade agrícola, especialmente de hortícolas e fruteiras, e vigorará por um período de vinte e quatro meses, após o qual será avaliada e possivelmente continuada.