Joaquina Almeida lamenta que não haja “aumentos salariais” e aponta a saída de jovens para o exterior e o absentismo como outras inquietações.
“O mundo laboral vai muito mal. Basta ver a precariedade laboral, o aumento dos jovens que estão a sair à procura de novo emprego e ainda não há aumento salarial (…) e agora estamos confiantes que em 2025 o salário mínimo nacional venha a ser 17 mil escudos. Aqui em São Vicente, em particular, a situação também não é boa, o absentismo é muito elevado. Há uma precarização no mundo laboral que preocupa todo mundo”, refere.
A UNTC-CS espera “mão dura” do Governo no combate ao absentismo, através da diminuição do número de faltas injustificadas para o despedimento por justa causa. A conferência de imprensa da central sindical foi proferida após um encontro com o presidente da Câmara de Comércio de Barlavento. Em cima da mesa,a proposta de alteração do Código Laboral. Há consensos e divergências.
“Foi consensual a proposta de alteração do Código Laboral no que tange à diminuição das faltas injustificadas consecutivas. Também nós tivemos um consenso no que tange à definição do trabalho sazonal, que também é uma nova proposta que vem no Código Laboral. Sabemos que esse trabalho sazonal abrange o sector turístico, daí que nós queremos saber a que classe, se abrange os jovens, os estudantes, a duração. Quanto às divergências, é claro que o patronato quer que haja o despedimento ilegal com prejuízo ou diminuição da indemnização. Isso nós não concordamos”, diz.
A sindicalista critica o presidente do Instituto para a Promoção do Diálogo Social e Liberdade Sindical (Iprodial), que quer que a Comissão Tripartida, criada com a revisão do Código Laboral, seja efectivada e tenha independência para determinar serviços mínimos durante as greves.
“Nós entendemos que esse Instituto não tem legitimidade para falar das questões trabalhistas. Caso queira, tem que ter coragem de se constituir em central sindical ou em sindicato. E, ademais, o Governo tem vindo, indevidamente, a dar apoio a esse Instituto com o único objectivo de obstaculizar o normal funcionamento da central sindical e ingerir em assuntos internos do sindicato”, considera.
Joaquina Almeida quer os parceiros sociais a falarem a uma só voz na concertação social, particularmente sobre o Código Laboral. A líder sindical diz que aguarda, desde Abril de 2021, uma resposta a uma carta dirigida ao Governo solicitando um encontro para uma análise do mundo laboral.