Júlio Ascensão Silva lembra que a tendência mundial indica que a perda de população jovem acelera o envelhecimento interno, pressionando, assim, a gestão dos fundos de segurança social para garantir proteção na velhice.
“É uma questão preocupante, porque, como sabe, um dos problemas que a segurança social tem, não só aqui no país, mas de uma maneira geral, a nível mundial, é a questão do envelhecimento, porque é um sistema geracional. Nós sabemos que são os mais novos é que vão alimentando e sustentando o sistema para que aqueles mais antigos, que também já deram a sua vida e contribuíram muito para o sistema, tenham uma reforma condigna”, refere.
O ministro de Estado, da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire, não estabelece uma relação direta entre a emigração e a sustentabilidade do INPS.
“Neste momento, o sistema de proteção social obrigatório tem mais contribuintes e mais pessoas e empresas a contribuir. Portanto, isto significa que a questão da emigração não se coloca numa relação direta com a sustentabilidade do INPS. Neste momento, o que sentimos na sociedade cabo-verdiana é que a taxa de fecundidade, ou seja, o número de filhos por mulher, já são números de países desenvolvidos, e Cabo Verde ainda não é um país desenvolvido. Ou seja, Cabo Verde tem uma taxa de fecundidade de 2,1 filhos por mulher, quando há 20 ou 30 anos era de 4 a 5. Isto demonstra que foi feito um grande trabalho a nível do planeamento familiar e que devemos avaliar, para um país pequeno, com uma população pequena e jovem, se este é o caminho adequado para continuarmos a crescer e a sermos um país competitivo”, diz.
O III Fórum do IPRODIAL decorre hoje, em São Vicente, dedicado ao tema “Sustentabilidade da Segurança Social em Cabo Verde”.
O Fórum constitui um espaço privilegiado de reflexão e debate sobre os desafios estruturais da segurança social no país, num contexto marcado por mudanças demográficas, económicas e laborais.
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