A posição da UCID surge na sequência a propósito do concurso público internacional, lançado em finais de Janeiro deste ano, para a concessão do transporte marítimo de passageiros e carga entre as ilhas do arquipélago.
Em conferência de imprensa, em São Vicente, o presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática, António Monteiro disse que o concurso não tem razão de ser.
“É entendimento da UCID, por aquilo que ouvimos e falamos com os armadores, que este concurso não tem razão de ser, neste momento. Este não é o melhor caminho. Queremos pedir ao Governo para repensar esta posição e disponibilizar uma linha de crédito para que os armadores possam criar as melhores condições para satisfazer os cabo-verdianos”, defende.
O concurso público lançado pelo Governo visa seleccionar um parceiro estratégico para, através de uma concessão única, fazer a gestão e exploração do Serviço Público de Transporte Marítimo de Passageiros e Carga Inter-ilhas.
Com esta concessão, António Monteiro prevê um aumento das tarifas de cabotagem, o que não acontece “há muitos anos”, e diz que quem vai pagar é o contribuinte.
“Significa dizer que o frete marítimo entre as ilhas irá aumentar consideravelmente. E se o Governo não permitir este aumento, quererá dizer que o Governo irá ter que subsidiar estas linhas a preço de ouro. E como o Governo não tem dinheiro, significa dizer que os contribuintes é que irão subsidiar estas linhas inter-ilhas”, considera.
A UCID diz que os armadores da marinha mercante estão aflitos, tendo em conta o tempo de concessão e a exclusividade na exploração.
Os deputados da UCID encontraram-se na semana passada com os armadores, no âmbito da visita ao círculo eleitoral de São Vicente. António Monteiro diz saber que os profissionais entregaram ao executivo de Ulisses Correia e Silva um dossier completo com medidas e soluções concretas.
Na primeira fase do concurso público lançado pelo Governo as candidaturas serão avaliadas com base na capacidade técnica e financeira das proponentes. As empresas seleccionadas serão convidadas a apresentar uma proposta técnico-financeira até 18 de Maio. A 08 de Junho será conhecida a proposta vencedora, esperando o Governo que, concluída a negociação, o contrato possa ser assinado a 04 de Julho.