"De uma forma irresponsável, querem passar a todo o custo a imagem de um país enlameado em escândalos e corrupção, de um país em estado de caos. Este é o retrato fabricado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde. Um retrato que não corresponde à realidade do país", disse Carlos Monteiro, secretário-geral-adjunto do Movimento para a Democracia (MpD).
Carlos Monteiro falava hoje, em conferência de imprensa, na cidade da Praia, em resposta à também conferência de imprensa de quinta-feira do PAICV, durante a qual o vice-presidente Nuías Silva, defendeu que Cabo Verde vive uma "crise de credibilidade" causada por uma sucessão de "escândalos".
O vice-presidente do maior partido da oposição criticou também o que considerou ser a ausência do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
"Cabo Verde está a passar por um período sensível e complexo. A credibilidade do país, um grande activo nos últimos anos, está em crise. Mensalmente, vêm ocorrendo escândalos, envolvendo as mais altas figuras da Governação e tudo isso, perante uma completa ausência do primeiro-ministro que os cabo-verdianos escolheram", afirmou Nuías Silva.
O vice-presidente do PAICV assinalou também que, quase dois anos depois da tomada de posse do Governo do Movimento para a Democracia, "se constata um sentimento generalizado de desilusão e de falta de esperança", bem como a "degradação da situação socio-económica e das relações laborais", com aumento de preços dos bens essenciais e despedimentos.
Para Carlos Monteiro, o PAICV está "desnorteado" e a "executar a estratégia delineada de tentar fazer a vida negra ao Governo através de uma oposição raivosa, negativista, sem causas, sem alternativas, desconectada do país real e com contornos de infantilidade".
O secretário-geral-adjunto do MpD assegura que a economia está a crescer, há mais confiança dos empresários e dos investidores, mais emprego e mais segurança.
Carlos Monteiro disse ainda que o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, "não governa focado no PAICV" e que "não vai entrar no tipo de confrontações que esse partido está a promover".
Para o responsável do MpD, "todo este ataque desenfreado" do PAICV visa "descredibilizar" o primeiro-ministro e o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia.
O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, está envolvido em polémica por causa do alegado favorecimento a um grupo empresarial de que foi administrador e no qual ainda tem participação accionista, estando a decorrer uma averiguação sobre este caso no Ministério Público.
O PAICV pediu a demissão de Olavo Correia, mas Ulisses Correia e Silva assegurou que mantém toda a confiança no seu 'número dois'.