Em causa, segundo o maior partido da oposição, a baixa frequência, tempo excessivo de viagem entre as ilhas e falhas de serviços.
“A situação actual mostra-nos claramente que o governo falhou na sua política para o sector dos transportes aéreos e marítimos. Hoje temos motivos acrescidos de preocupação. Retrocedemos anos em matéria de transportes, os cabo-verdianos vivem dias de angústias, com problemas sérios na mobilidade inter-ilhas, temos o país muito mal servido, sobretudo na época de verão. Os preços das ligações inter-ilhas chegaram ao limite do suportável”, entende.
Para a força política, o executivo de Ulisses Correia e Silva desmantelou o sector de manutenção da TACV e a ligação de Cabo Verde com a Região Oeste Africana, e eliminou os voos internacionais directos da TACV a partir de Mindelo.
O PAICV vai mais longe e acusa o executivo de Ulisses Correia e Silva de não divulgar as contas da TACV para os anos de 2016 e 2017, no sentido de esconder a injecção de capital.
“Não apresenta as contas da empresa TACV para os anos 2016 e 2017, tudo para que os cabo-verdianos não fiquem a saber de que continua a injectar avultada somas na TACV, e a dívida pública dispara com esse facto”, acusa.
A nível dos transportes marítimos, Nuias Silva fala em falta de transparência no concurso de concessão.
“Nos transportes marítimos inter-ilhas caminha-se para a mesma situação, com o Governo a embaraçar o sector num concurso internacional para concessão do serviço público de ligações inter-ilhas, a todos os títulos, prejudicial para os armadores nacionais e envoltos em polémica de favorecimento e falta de transparência na condução de todo o processo”, considera.
Governo garante que “ultrapassada a situação de urgência” o sector está muito melhor
Do lado do Governo, o Ministro dos Transportes, José Gonçalves lembra a situação em que o actual Governo encontrou a TACV, com uma dívida acumulada de mais de 12 milhões de contos e que arriscava afundar o país financeiramente. O Governante diz que o quadro exigia uma intervenção de urgência, e aponta as medidas já tomadas.
“A situação exigia uma intervenção de urgência da mesma forma que uma equipa médica intervém nos cuidados intensivos para estabilizar o quadro clínico do paciente antes de o submeter a tratamentos mais profundos”, diz.
“Criamos uma entidade especializada para sanear o enorme passivo acumulado, preparamos a empresa para privatização e encontramos um parceiro estratégico experiente em negócio de hub aéreo para negociar a venda de 51% da TACV”, aponta.
No capítulo dos transportes marítimos inter-ilhas, José Gonçalves considera que a situação encontrada era inviável, mas que o executivo está prestes a resolver o problema com a assinatura do contrato de concessão com a Transinsular até o final do ano. Com este cenário, o governante afirma que o sector está melhor do que há dois anos e meio, quando o Governo tomou posse.
“Prova disso é que hoje temos muito mais passageiros viajando tanto por via aérea como marítima, com taxas médias de crescimento de mais de 10% e 8% respectivamente. Porquê? Porque o Governo tem adoptado soluções arrojadas tanto aéreos domésticos como para o internacional, da mesma forma que soluções apresentadas para o transporte marítimo inter-ilhas tem incomodado os incrédulos de detractores”, afirma.
O Governo acredita que está no caminho certo para dar resposta aos grandes desafios dos transportes aéreos e marítimos.