Cabo Verde desceu para a posição 29 no índice mundial de liberdade de imprensa 2018, publicado esta quarta-feira, pela Repórteres Sem Fronteiras. Em 2017, Cabo Verde ocupava o 27º posto.
Perante este dado, o deputado do PAICV afirma que o actual Governo não tem sabido lidar nem com a independência dos jornalistas e muito menos com a autonomia dos órgãos de comunicação social.
“Confirma a degradação da liberdade de imprensa no nosso país e aumenta a preocupação de todos os cabo-verdianos. O Governo tem de arrepiar caminho, não se refugiar uma interpretação criativa. Pôr os pés no chão e trabalhar no sentido de contribuir para corrigir os erros e para não regressão dos ganhos arduamente conseguidos, muitas vezes às custas de pesados sacrifícios”, sublinha.
Em resposta, o deputado do MpD, Carlos Monteiro, desvaloriza a descida e prefere comparar a situação de Cabo Verde em relação a outros países avaliados.
“Os próprios Estados Unidos, que também fez o relatório do Departamento de Estado, também caiu dois pontos percentuais, o que é irrelevante. Cabo Verde, em 180 países no mundo, está no 29º lugar, é terceiro em África, é segundo em CPLP, inclusive muito à frente do Brasil, é segundo em CEDEAO, só atrás do Gana. Há cinco rankings de classificação dos RSF, Cabo Verde vem logo no topo, numa situação que se considera relativamente boa”, afirma.
O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas,Abraão Vicente, que também tutela a comunicação social, segue pelo mesmo caminho e desvaloriza esta descida.
“Cabo Verde mantém-se na mesma situação, situação relativamente boa. Portanto, o meu questionamento é: quais os ganhos políticos para o PAICV em criar um alarmismo onde não há? Entre 2014 e 2015, Cabo Verde desceu 12 posições no ranking dos RSF, caímos de 24 para 36. Em 2016, quando assumimos a governação aumentámos quatro lugares. Em 2017 aumentámos cinco e este ano perdemos dois lugares. Saldo positivo, aumentámos sete lugares desde que estamos na governação".
A RSF justifica o recuo da liberdade de imprensa no país com o encerramento de jornais e as dificuldades financeiras dos órgãos de comunicação social privados.