A posição do partido foi apresentada hoje, numa declaração política feita no Parlamento, pelo deputado António Monteiro. Para a UCID, a vida em Chã é “extremamente difícil, desde logo devido ao difícil acesso prometido há anos atrás e que foi motivo de disputa eleitoral, passando pela falta de água, energia, jardim-de-infância, escola, entre outras necessidade”.
“Não entendemos, depois de tantas ajudas internacionais, a razão de nem sequer haver água nesta localidade, quando se sabe que foi aberto um poço artesiano e com água. A questão de dinheiro não nos entra na cabeça, pois uma bomba para um caudal de 5 metros cúbicos não ultrapassa os 350 mil escudos. Ou a água é de má qualidade e não se informou as pessoas ou trata-se de um castigo ao valente povo de Chã das Caldeiras”, considera.
Ainda sobre Chã, a UCID pede ao Governo que resolva a questão dos assentamentos.
António Monteiro considera que a qualidade de vida está a baixar no Fogo e alerta o executivo para o aumento do desemprego, na decorrência do mau ano agrícola.
“Tivemos a oportunidade de conversar com centenas delas [pessoas] e o único pedido que fazem é de quererem trabalhar”, diz.
O PAICV junta a sua voz à da UCID. O deputado Nuías Silva acusa o executivo de falta de vontade política para resolver a situação da população de Chã das Caldeiras.
“Sendo Chã das Caldeiras declarada, pelo Movimento para a Democracia, como prioridade das prioridades, nós queremos saber que tipo de prioridade é esta em que, volvidos dois anos, ainda uma mera questão de água não é resolvida?”, questiona.
Do lado do MpD, o deputado Filipe Santos diz que o único culpado da situação do Fogo é o PAICV.
“A situação em que se encontra a ilha do Fogo é real mas não é dos últimos dois anos. Arrasta-se ao longo dos anos. Agora, podemos dizer que esse Governo e esse partido assumiram muitos compromissos e estamos a cumpri-los na íntegra. Quanto a Chã das Caldeiras, é um processo que encontrámos tão baralhado que custa ao Governo reelaborar o processo”, justifica.
Os deputados falavam hoje, no arranque de mais um dia de trabalhos na casa parlamentar.