Crescimento económico não se traduz em aumento da riqueza das famílias, diz o PAICV

PorAndre Amaral,16 jul 2018 14:17

Nuías Silva, vice-presidente do PAICV, defendeu hoje em conferência de imprensa que o seu partido “está preocupado e apreensivo com os sinais e alertas que surgem de várias frentes”.

O relatório elaborado após a última visita do Grupo de Apoio Orçamental (GAO) a Cabo Verde deixou os responsáveis políticos do PAICV preocupados com a situação do país, defendeu o vice-presidente do maior partido da oposição, Nuías Silva.

“O crescimento da economia não está a ter impactos positivos no desenvolvimento do país e, nem tão pouco, a gerar externalidades que conduzam à redução da pobreza”, começou por apontar Nuías Silva para de imediato acrescentar: “Não houve aumento rendimento das famílias; Há menos investimentos públicos; As exportações continuam nos níveis anteriores. Por mais que este Governo tente se vangloriar dos índices de crescimento económico do país, fica mais do que evidente que tal crescimento resulta do contexto internacional favorável e duma tendência de crescimento que vem do último trimestre de 2015”.

Para o PAICV os efeitos do crescimento económico que tem sido anunciado pelo governo “não são sentidos verdadeiramente na economia real e na vida das famílias e empresas, porque ele é “induzido” não por factores potenciadores da transferência de valor para economia real, mas sim por dimensões ligadas ao consumo e gasto públicos com a máquina estatal, e não em investimentos públicos que contribuíssem para a formação bruta de capital fixo”.

No relatório do GAO é apontado que Cabo Verde diminuiu o valor da sua dívida pública em 4%, a primeira vez em dez anos que isso acontece em Cabo Verde, como é referido no documento. Mas o vice-presidente do PAICV tem outros números e avança que houve um aumento do “stock da dívida pública em 1.8%, passando de 210,726 milhões de contos, para 215,072 milhões de contos, ou seja, um aumento real de cerca de 5 milhões de contos, o que contraria o discurso (e a promessa) do Governo de redução da dívida pública. Se considerarmos os passivos contingentes, ou seja, a dívida das empresas públicas (17,6 milhões de contos) e das Câmaras Municipais (5 milhões de contos), a dívida do Estado de Cabo Verde ascendia, em 2017, a 237,8 milhões de contos, equivalentes a 138,3% PIB”.

Nuías Silva denunciou também o que o seu partido entende ser uma chamada de atenção por parte do GAO. Tudo por causa dos “progressos limitados na implementação do Plano de Acção da Reforma da Gestão das Finanças Públicas, incluindo em áreas como o controlo interno e externo e a contratação pública”.

“Esta chamada de atenção não é, de toda, inocente, por parte dos parceiros de desenvolvimento do país e constitui prova de que o País não vai bem. O PAICV vem denunciado sempre os sinais mais do que evidentes de retrocessos nos quesitos rigor, transparência e prestação de contas por parte do actual Governo e, agora, são os parceiros que reforçam estes alertas”, apontou o deputado do PAICV.

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Autoria:Andre Amaral,16 jul 2018 14:17

Editado porAndre Amaral  em  7 abr 2019 23:22

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