Em comunicado enviado à Inforpress, no Mindelo, o GRRCV, “consciente” de que a votação requer uma maioria de dois terços, exorta os deputados a trabalharem “em conjunto”, para superarem “eventuais diferenças de estilo”, até porque, assinala, o povo de Cabo Verde “já deu um sinal claro” de que quer a regionalização.
“Devem procurar os consensos sobre questões fundamentais, evitando nos definharmos com as questões acessórias, porque as diferenças de pormenor existirão sempre”, reforça o grupo no documento.
Ademais, expressa no comunicado que “muitos advogam” que a regionalização por si só é insuficiente e que é preciso uma reforma mais ampla do Estado, ponto de vista que diz compreender, mas mesmo assim apela aos partidos políticos para encontrarem “um compromisso” que “evite o bloqueio do processo da regionalização”, que “parece já ter conseguido os consensos necessários” para avançar.
“A regionalização será sempre uma parte importante da reforma do Estado e, como a vida não pára, em momentos seguintes se pode dar continuidade ao processo de reforma”, lê-se no comunicado, até se alcançar, avança, a organização final do aparelho de Estado que esteja “mais de acordo” com as necessidades e as aspirações do país.
“Terminamos, reiterando mais uma vez a nossa grande satisfação pelo facto do assunto da Regionalização subir ao plenário da Assembleia Nacional, e expressar a nossa convicção de que todos os cidadãos cabo-verdianos acompanharão com emoção os debates que esperemos sejam elevados e profícuo, e tenham Cabo Verde sempre em primeiro lugar”, conclui a nota do GRRCV.
O Grupo de Reflexão para Regionalização de Cabo Verde, de carácter apolítico, com cinco anos de existência, estabeleceu um programa que no início contemplou o esclarecimento da população de São Vicente sobre a importância da regionalização para a ilha e para o país.
Posteriormente, contactou e reuniu-se com todos os partidos políticos para auscultação sobre quem era a favor e contra a regionalização.
A 08 de Janeiro de 2016, rubricou um documento com o MpD, em que este partido se comprometia, caso vencesse as eleições legislativas daquele ano, o que veio a acontecer, a levar ao parlamento uma proposta de lei para a regionalização de Cabo Verde, sendo que São Vicente seria escolhido como a primeira experiência de regionalização no país.