Presidente quer que crescimento económico chegue a "todos os cidadãos"

PorNuno Andrade Ferreira,1 jan 2019 10:45

PIB, emprego e formação, transportes, segurança, violência contra mulheres e seca. Temas que marcaram o discurso de Jorge Carlos Fonseca ao país, por ocasião do ano novo. Crescimento económico, sim, mas com "vantagens globais" para todos.

O Presidente da República começou pela solidariedade. Defendeu que se todos dermos "um pouco mais de nós aos outros", é possível resolver problemas que afectam "centenas ou mesmo milhares" de pessoas, em Cabo Verde. 

Apesar desse apelo, o Chefe de Estado não esquece o papel do Estado e o "seu dever imperioso de cuidar daqueles que mais necessitam", mas também "de investir mais nos jovens, criando um ambiente de oportunidades para a qualificação, o emprego e a criatividade de promover medidas de crescimento económico e de redistribuição de rendimento". 

Jorge Carlos Fonseca regressaria ao Produto Interno Bruto mais à frente, na sua mensagem. Primeiro, para registar "com agrado a continuação da tendência de crescimento da economia em 2018". Depois, para lembrar que "esse crescimento só ganha sentido quando é acompanhado de medidas que assegurem vantagens globais para a sociedade e para todos os cidadãos". 

"Pela via do crescimento económico podemos enfrentar o grave problema do desemprego que continua a ser uma das grandes preocupações dos cabo-verdianos, especialmente dos mais jovens. Mas, igualmente, há que adoptar políticas activas de fomento do emprego, como as contempladas no Orçamento de Estado para 2019, que devem ser concretizadas com muita determinação e, se possível, ampliadas", disse.

Transportes

Foi um Presidente 'ansioso' aquele que se referiu à questão dos transportes, tão em voga ao longo de 2018, como um tema fundamental para o novo ano. O inquilino do Palácio do Plateau fez votos para que em 2019 o país sinta os efeitos da "regularização" das ligações inter-ilhas. 

"É uma questão com enorme impacto social, mas também económico, pois um mercado interno relativamente pequeno é mais reduzido ainda quando ele fragmentado. Vários empreendimentos nacionais só se viabilizam na lógica de uma circulação célere, previsível e regular dos bens e serviços entre as várias ilhas do nosso Cabo Verde. Fez bem o Governo em assumir essa matéria como essencial para essa legislatura e aguardamos ansiosamente pelos resultados já a curto prazo", recordou.

Segurança

Numa alusão às questão de segurança, Jorge Carlos Fonseca 'aplaudiu' as medidas implementadas pela tutela e garantiu que "hoje é menor o sentimento de insegurança", sem deixar de reconhecer que os níveis de criminalidade, especialmente nos grandes centros urbanos, continuam a ser um problema. Depois, lembrou que o sucesso do combate à insegurança não depende apenas de medidas repressivas. 

"É, também, fundamental o envolvimento da sociedade, a educação na família, a participação dos parceiros sociais com interesse na matéria, a colaboração das escolas na formulação dos planos curriculares e na determinação do perfil dos educadores, o envolvimento dos órgãos de comunicação social", enumerou.

Atenção especial à violência contra a mulher, que "assume proporções inaceitáveis", a par do abuso sexual de menores, "que continua a manchar a nossa sociedade". 

"Com vista a contribuir para o debate dessa inquietante situação e para uma participação activa da sociedade na resolução do problema da violência, promoverei, no ano que agora começa, uma grande jornada de reflexão sobre estas questões, com a participação de académicos, ONG, organismos estatais, entidades religiosas e às vítimas de tais práticas, para, em conjunto, buscarmos os caminhos para se fazer face a essa dura e terrível realidade", anunciou.

Referência, na mensagem de ano novo, à perspectiva de mais um mau ano agrícola, depois de um 2018 com pouca chuva. O Presidente da República não tem dúvidas: "só a melhoria de condições de vida nas zonas rurais tem a capacidade de diminuir a enorme pressão sobre os grandes centros urbanos". Para isso, acredita que o mundo rural "não pode ser perspectivado apenas numa dimensão económica e financeira, mas também social e cultural". 

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Autoria:Nuno Andrade Ferreira,1 jan 2019 10:45

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  22 set 2019 23:22

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