Através de comunicado, e na sequência da polémica sobre a retirada dos quadros do artista plástico Tchalê Figueira da exposição patente na Assembleia Nacional (NA), devido ao seu teor erótico, a administração da AN justifica a decisão com o facto da programação do evento incluir visitas de algumas escolas secundárias da cidade da Praia.
“Considerando que o evento do Dia da Liberdade e da Democracia previa o acolhimento de 12 Escolas Secundarias da Praia, constituídas na sua maioria por crianças e adolescentes, a administração da ANCV entendeu que o conteúdo dos dois quadros continha elementos sensíveis que, eventualmente, pudessem ferir a sensibilidade e a capacidade de interpretação das crianças e dos adolescentes”, lê-se no documento.
As obras estavam entre dezenas de outras, numa exposição colectiva, no hall da Assembleia Nacional, realizada por ocasião do dia da Liberdade e da Democracia, que decorre até dia 31 de Janeiro, numa parceria entre Assembleia Nacional, e o MCIC, através da Direcção Geral das Artes.
No documento, a administração da AN lamenta o sucedido e afirma que não analisou previamente o conteúdo dos quadros.
“Lamentamos não ter tido o tempo necessário para apreciar previamente o conteúdo da mesma e as eventuais sugestões que dai pudessem advir" , aponta , sublinhando que “essa tarefa foi atribuída à Direcção Geral das Artes e Industrias Criativas, do Ministério da Cultura, parceira da Assembleia Nacional nesse evento”.
Também hoje, o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas reagiu ao sucedido. Abraão Vicente defendeu que “as instituições devem preparar-se para aceitar de forma aberta todas as formas de manifestação artística”.