Segundo o PAICV o governo não está a respeitar o as regras que foram estabelecidas no concurso de concessão do serviço marítimo interilhas. Hoje, em conferência de imprensa, Nuías Silva, deputado e vice-presidente do PAICV, recordou que no contrato está estabelecido que o “concessionário obriga-se a suportar, por sua conta e risco, todos os encargos resultantes da exploração da concessão”.
“Entenda-se aqui incluído todo o risco comercial e o risco de exploração e surpreendendo todos os cabo-verdianos, o Executivo do Ulisses Correia e Silva fez publicar, no Boletim Oficial, a Resolução nº114/2019, de 13 de Setembro, onde o Governo autoriza a Direcção-Geral do Tesouro a conceder um aval de 518 mil contos à Cabo Verde Interilhas, como garantia de um empréstimo bancário a ser negociado por esse consórcio com a Caixa Económica e o Internacional Investment Bank – IIB, sem no entanto especificar como esse montante será aplicado”, reforçou.
Para o PAICV “a inconsistência das medidas deste Governo e a intransparência desta Governação vão ficando cada vez mais evidentes e preocupantes, indo ao ponto de aquilo que o Governo do MPD negou aos Armadores cabo-verdianos dá agora a uma Empresa maioritariamente estrangeira, por razões que a própria razão desconhece”.
“A conclusão a que chegamos, decorridos estes poucos meses da concessão e com o caos gerado, é que o parceiro estratégico não tinha dinheiro, não tinha know-how e nem tinha as condições de acesso ao capital sem as garantias do Estado. Garantias essas que foram inexplicavelmente recusadas aos armadores nacionais”, acrescentou Nuías Silva.