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Num mundo com “vários desafios” para enfrentar, o momento actual é de união para a família socialista a nível mundial, disse hoje Luís Ayala Secretário Geral da IS que está em Cabo Verde para participar na reunião do Comité África da Internacional Socialista.
“Temos vários desafios. Primeiro temos que consolidar a democracia em vários lugares do mundo. Na semana passada, por exemplo, estivemos reunidos com a Comunidade de Estados Independentes (CEI) da ex-União Soviética e temos que assegurar que lá se realizam eleições livres e justas e que os outros partidos podem desenvolver-se normalmente”, apontou Luís Ayala.
Aquele responsável da IS destacou que um dos principais desafios que as sociedades democráticas enfrentam nos dias de hoje é o advento do populismo e do nacionalismo que defendem valores contrários aos da sua organização. “Outro desafio é o surgimento do nacionalismo e do populismo em vários países do mundo, incluindo na Europa. Veja-se a Hungria, a Polónia. E depois há os actores políticos como o senhor Salvini em Itália. Nós somos por um mundo que se integra, em que todos têm os seus direitos e liberdades consagradas e garantidas e vemos que há lugares onde há uma visão muito limitada contra a imigração, entre outras coisas, que nos parece que já não tem lugar no mundo de hoje. Temos um compromisso com a defesa dos direitos humanos”.
Nascido no Chile, Luis Ayala acompanha de perto a situação política que se vive actualmente na América do Sul, com especial destaque para o seu país de origem e, também, para a Bolívia que têm vivido dias de agitação social.
“Ainda ontem estive em contacto com líderes de todos os partidos da América Latina [que fazem parte da Internacional Socialista] e vamos fazer uma reunião dentro de algumas semanas. Nos dias 6 e 7 de Dezembro, na Costa Rica. Tudo isto se deve à crescente desigualdade. Há países que cresceram e onde aumentou a desigualdade e isso gera debilidades no sistema democrático. E nós que fomos os arquitectos desta nova democracia, que lutamos por recuperá-la contra as ditaduras do Chile e em tantos outros lugares, temos a tarefa de fortalecer o processo democrático nestes lugares. Por outro lado temos também de pensar nas políticas de Estado”, analisou Luis Ayala que defende que os partidos socialistas devem preocupar-se “em arranjar respostas comuns para problemas que nos afectam a todos”.
Para Janira Hopffer Almada, anfitriã desta reunião da IS, é “preciso dizer que o neoliberalismo, que vem tomando conta de alguns países, está, por um lado, a pôr em perigo a democracia e, por outro, não tem contribuído para a melhoria da condição de vida das populações”.
Para a presidente do PAICV, o apelo que o seu partido faz para o “reforço da participação das pessoas e reforço da ética na política para a satisfação das necessidades das populações e a promoção do desenvolvimento do país”, é feito com o objectivo de evitar que o “populismo ganhe mais campo” uma vez que este pode servir para que se alcancem objectivos que “nada têm a ver” com a “promoção autêntica e genuína” do desenvolvimento dos países.
