XVI Congresso do PAICV : Disciplina de voto é para ser cumprida

PorAndre Amaral, Lusa,8 fev 2020 10:56

No discurso que fez no encerramento do Congresso do PAICV, a presidente do maior partido da oposição garantiu que o partido está unido e coeso para enfrentar os desafios que se aproximam. Novos Estatutos foram aprovados e impoem uma disciplina de voto mais rígida.

“Estamos unidos e coesos na escolha de um Cabo Verde para todos, estamos unidos e coesos na reconquista da confiança de Cabo Verde”, afirmou Janira Hopffer Almada no seu discurso de encerramento do XVI Congresso ordinário do partido, que decorreu durante o passado fim-de-semana na Assembleia Nacional, na cidade da Praia.

Este congresso, na visão da presidente do maior partido da oposição, cumpriu o objectivo de debater, analisar, discutir, reflectir, mas sobre­tudo de “consensualizar posi­ções fundamentais”, para estar de acordo com o que quer para Cabo Verde e qual é a sua missão.

“Estamos num mundo novo, os desafios são outros, as exigências são diferentes e as expectativas são muito maiores. Mas com esta equipa, com este amor a esta terra, o PAICV está à altura das expectativas dos cabo-verdianos”, salientou Janira Hopffer Almada.

Acreditando que o seu partido está “cada vez mais forte” e unido em torno de causas, Janira Hopffer Almada garantiu que o PAICV vai, no imediato, começar a trabalhar para vencer os próximos ciclos eleitorais.

“O PAICV está a trans­formar-se cada vez mais num partido mais moderno, mais presente, mais actuante, mais eficiente, mas sobretudo, cada dia mais ao serviço de Cabo Verde e do povo de Cabo Verde”.

Face aos novos desafios, prosseguiu, a liderança do partido quer trabalhar para que o PAICV seja cada vez mais um partido inovador, com propostas e sobretudo um partido à medida das expectativas dos cabo-verdianos.

“Estamos em novos tempos, os desafios e exigências são diferentes e as expectativas muito maiores ainda. PAICV está à altura das expectativas dos cabo-verdianos e pronto para ajudar a construir a terra dos nossos sonhos”, sublinhou, destacando, por outro lado, que o mesmo está a transformar-se num partido cada vez mais “moderno, presente e eficiente”.

A líder do PAICV fez saber neste sentido que o seu partido está “coeso, unido em torno de causas e na escolha de um Cabo Verde para todos” e na “reconquista da confiança” dos cabo-verdianos, apelando assim ao forte engajamento de todos os militantes e simpatizantes na consolidação desses propósitos.

Novos Estatutos

Durante o congresso, que decorreu sob o lema “Cabo Verde: A Nossa Escolha”, o PAICV elegeu os novos membros do conselho nacional, num total de 50, mais quatro representantes das mulheres, quatro da juventude partidária e 10 suplentes.

O partido elegeu igualmente os novos elementos da Comissão Nacional de Juris­dição e Fiscalização, que passa a ser liderada por Aquileu Barbosa Amado, que terá Clóvis Silva como vice-presidente e cinco vogais.

O congresso aprovou igualmente a alteração dos estatutos do partido, em que, por exemplo, o líder parlamentar do PAICV continua a ser eleito pelos deputados do grupo, mas agora sob proposta da comissão política.

O actual estatuto já previa um compromisso de honra para os participantes nas listas do PAICV, mas a mudança propõe o respeito da disciplina de voto nas questões fundamentais.

“Isto estava muito vago nos estatutos e fizemos uma alteração para clarificar, no que consideramos questões fundamentais, questões estruturantes, seja da governação, seja da oposição, como o programa do Governo, Orçamento do Estado, moções de censura ou de confiança, as grandes reformas, os compromissos eleitorais”, enumerou à agência Lusa, Manuel Inocêncio Sousa, presidente da comissão organizadora do XVI Congresso.

O PAICV introduziu ainda nos estatutos a questão da paridade, de acordo com a lei aprovada recentemente no país, para que seja observada nos órgãos internos do partido, mas também para as listas candidatas nas eleições autárquicas e legislativas.

O maior partido da oposição introduziu ainda o estatuto do simpatizante, que é uma pessoa que comunga dos ideais do PAICV, mas não quer estar submetido à disciplina da organização, embora com direitos e o dever de defender as ideias do partido, prosseguiu Inocêncio Sousa.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 949 de 5 de Fevereiro de 2020. 

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Autoria:Andre Amaral, Lusa,8 fev 2020 10:56

Editado porJorge Montezinho  em  3 nov 2020 23:20

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