As eleições no Movimento para a Democracia (MpD), onde o actual presidente Ulisses Correia e Silva não deverá sofrer contestação à liderança, vão realizar-se a 9 de Fevereiro do próximo ano, enquanto a XII convenção nacional será realizada em Março de 2019, divulgou o partido, esta segunda-feira, em comunicado.
De acordo com o calendário eleitoral as candidaturas a presidente do MpD “podem ser apresentadas no Gabinete de Apoio ao Processo Eleitoral entre o quadragésimo e o trigésimo dias anteriores à data da eleição”, isto é, as listas terão de ser apresentadas entre 2 e 9 de Janeiro de 2020.
Além de um regulamento eleitoral especial, a direcção nacional do MpD criou um código de ética para a eleição interna no partido, “para que a eleição aconteça com princípios da ampla democracia, transparência e respeito da disciplina e da lealdade”.
De recordar que Ulisses Correia e Silva, após a vitória nas eleições legislativas e nas autárquicas de 2016, foi reeleito para o cargo de presidente do MpD em Janeiro de 2017.
Na altura, o presidente do MpD foi eleito com 99% dos votos numa eleição em que, segundo dados revelados pelo próprio partido, votaram cerca de 65% dos 30 mil militantes inscritos nos cadernos do MpD.
Se o processo eleitoral no MpD ainda está só a dar os primeiros passos, no PAICV, maior partido da oposição as coisas já estão bastante mais adiantadas.
No passado fim-de-semana o PAICV anunciou que vai realizar eleições directas para escolher o novo presidente em 22 de Dezembro, enquanto o congresso será no próximo ano, deliberou este domingo, o Conselho Nacional.
O deputado e porta-voz da reunião do conselho nacional do PAICV, Manuel Inocêncio Sousa, informou que as eleições internas foram marcadas para 22 de Dezembro, enquanto o XVI Congresso vai acontecer entre 31 de Janeiro e 02 de Fevereiro de 2020.
O conselho nacional do PAICV, cuja reunião se realizou este fim-de-semana, fixou ainda em 364 o número de delegados ao congresso do próximo ano, que irá decorrer na cidade da Praia e vai eleger os seus novos membros, avançou.
O conselho nacional do PAICV abordou ainda a agenda autárquica para 2020, onde foi definido, segundo o porta-voz, que o partido pretende “melhorar a sua representação” no poder autárquico, tendo em conta que nas eleições de 2016 venceram apenas duas câmaras municipais (Santa Cruz, em Santiago, e Santa Catarina, no Fogo).
Segundo Manuel Inocêncio Sousa, este órgão do maior partido da oposição cabo-verdiana debruçou-se igualmente sobre a situação política, económico e social de Cabo Verde, tendo concluído que “o país não está bem” e que a governação “tem falhado” relativamente aos principais sectores.
O porta-voz destacou o sector dos transportes, salientando que o país está “à deriva”, bem como a segurança, que constitui “uma grande preocupação” de todos os cabo-verdianos, particularmente os residentes na cidade da Praia.
“O Governo insiste em responsabilizar a oposição, dizendo que está a fazer alarme relativamente a essa matéria, e em responsabilizar a imprensa, dizendo que está a transmitir uma ideia exagerada. Pensamos que o Governo deve encarar com objectividade e com medidas sérias a situação que nós temos”, apelou.
O deputado afirmou que o partido continua disponível para contribuir com “medidas de fundo” e “entendimentos” com o Governo para melhorar a situação de segurança no país.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 937 de 13 de Novembro de 2019.