Hoje, numa declaração política a abrir o segundo dia de trabalhos na Assembleia Nacional, a deputada do MpD, Filomena Gonçalves, lembrou que a política e os políticos devem “agir e pensar colectivamente, agindo em benefício comunidade, e não em benefício próprio”.
E, de seguida, atacou. “O exemplo cabal de, eventualmente, se ter agido em benefício próprio e em benefício de alguns, considerados melhores filhos da nossa terra, são os casos em que o maior partido da Oposição e pessoas afectas ao mesmo se encontram com problemas para justificar junto do poder judicial. Os alegados casos de corrupção na gestão do Fundo do Ambiente, do Fundo do Turismo, do Banco da Cultura, do Novo Banco, entre outras algumas dezenas, que são aliás de conhecimento público”.
De seguida, Filomena Gonçalves, sem mencionar o nome da presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, recordou que é necessário que os actores políticos se oponham “à tentação de cair na mesquinhez e imaturidade que insistem em tentar envenenar a política cabo-verdiana e que deve ser combatida, sem tréguas, sobretudo por pessoas do bem e responsáveis. Exemplo disso é o sucedido no último final da semana, em que a sociedade cabo-verdiana foi presenteada, uma vez mais, com mais um triste episódio em que um dos actores políticos num dos discursos que fez, afirmou que a «criminalidade de colarinho branco está a tornar-se cada vez mais organizada e perigosa, invisível e intocável, alimentada pela obsessão do lucro»!”
Uma “afirmação grave e irresponsável”, classificou Filomena Gonçalves, “que jamais devia sair da boca da pessoa que é, que além de ser representante do povo nesta Casa Parlamentar, é responsável máximo do maior partido da Oposição”.
E a terminar lançou um desafio à presidente do PAICV. “Daqui deste púlpito, desafiamos a líder do maior partido da Oposição de Cabo Verde, a indicar em concreto os casos de criminalidade de colarinho branco que lhe têm chegado ao conhecimento. Se os tem, apresente-os às instâncias judiciais competentes. Se o não fizer estará apenas a descredibilizar-se e a lançar tão-somente suspeitas sobre o bom nome e o prestígio dos cidadãos do bem, das instituições, da democracia e de Cabo Verde”.