O líder da bancada parlamentar do PAICV defendeu hoje, em conferência de imprensa, que o Estado não deveria sair totalmente do capital social da Cabo Verde Airlines.
"Nós defendemos sempre que na companhia de bandeira o Estado deveria ter sempre alguma participação. Defendemos sempre. Nisso diferenciamo-nos das medidas que o MpD tem implementado. O MpD aposta plena e totalmente no mercado e nós consideramos que o mercado tem falhas e há etapas em que o Estado poderá intervir para corrigir as falhas que existem", defendeu Rui Semedo na conferência de imprensa de balanço das jornadas parlamentares do PAICV.
Quanto à interpelação ao governo, agendada a pedido do PAICV, tem como objectivo conhecer os impactos das medidas implementadas no sector dos transportes em Cabo Verde e avaliar a eficácia das soluções adoptadas pelo executivo liderado por Ulisses Correia e Silva.
Nos transportes aéreos "o problema essencial ainda não se resolveu, que é o problema de termos uma viabilidade económica do sector, que impeça a drenagem dos recursos públicos para o sector dos transportes aéreos. Continua a ser pela via de subsídios ou pela via do investimento ou pela via de garantia que se dão para os empréstimos".
Já nos transportes marítimos, a expectativa do PAICV era que, actualmente, já tivéssemos "mais unidades de embarcação para circulação inter-ilhas, mas não temos e as soluções que foram encontradas parecem que não foram aquelas que estavam desenhadas no caderno de encargos, que era a aquisição de cinco novas embarcações num primeiro momento", acusou Rui Semedo.
A "interpelação vai ser uma oportunidade de se aferir da bondade das políticas desenhadas e das medidas tomadas", concluiu o líder parlamentar do PAICV.
Já do lado do MpD os balanços feitos tanto para o sector aéreo como para o marítimo são francamente positivos e contam com reconhecimento por parte dos parceiros internacionais. Tudo isto levou o vice-líder parlamentar do partido que sustenta o governo, Armindo da Luz, a acusar o PAICV de fazer "uma política de bota-abaixo, de desinformação, assente em fake news, populismo barato e demagogia".
"O Grupo de Apoio Orçamental (GAO) considera que se trata de uma solução boa e estratégica para Cabo Verde. O PAICV é contra. Os parceiros internacional e de desenvolvimento de Cabo Verde, quer públicos, quer privados acreditam na Cabo Verde Interilhas e na Cabo Verde Airlines e o PAICV é contra".
"Hoje, Cabo Verde respira confiança, credibilidade a nível dos transportes", garantiu Armindo da Luz.