Ulisses Correia e Silva discursava no Parlamento durante a sessão extraordinária da Assembleia Nacional, cujos pontos da ordem do dia foram a Ratificação da Autorização da Comissão Permanente ao Presidente da República para Declaração do Estado de Emergência e Aprovação de Propostas de Leis apresentadas pelo Governo.
Nesse sentido, apontou a interdição das ligações aéreas e marítimas internacionais de transporte de passageiros para reduzir o risco de propagação de casos importados e a suspensão das ligações aéreas e marítimas interilhas para reduzir o risco de contágios entre as pessoas que se deslocam de uma ilha para a outra.
“Encerramos o funcionamento dos serviços e empresas públicos e privados para que todos possam ficar em casa e evitar riscos de contágios. Impomos regras e a obrigatoriedade do isolamento social para proteger as pessoas de possíveis situações de contágio”, advogou.
Ulisses Correia e Silva referiu ainda que o país passou rapidamente do estado de contingência da protecção civil para o estado de calamidade e estado de emergência mesmo tendo ainda registado apenas seis casos positivos.
Entretanto, lembrou, tais medidas não impedem o surgimento de mais casos, mas tornam o território mais controlado, os riscos de contágios e de propagação menores e a capacidade de resposta do serviço nacional de protecção civil e do serviço nacional de saúde maior.
Para o governante, as pessoas já estavam preparadas para a imposição de restrições mais duras como as que decorrem do estado de emergência, e conforme avançou o governo vai, com o aumento da presença da polícia e das forças armadas, ser muito mais persuasivo para impor o isolamento obrigatório.
Durante o discurso, o Primeiro-ministro fez referência às medidas fiscais, financeiras e laborais para proteger o emprego, o rendimento e as empresas, bem com às medidas dirigidas ao sector informal, garantindo que o governo está a executá-las “com rigor”.
“Apelamos a todos o máximo sentido de responsabilidade. Esta é uma guerra onde todos devem estar sob as mesmas cores: as cores da bandeira de Cabo Verde. Quanto mais nos focarmos na prevenção, no cumprimento das regras e na disciplina individual, menos casos teremos e mais rápido sairemos para a vida normal”, discorreu.
Segundo o governante este “não é o momento para o combate político, nem de aplausos depois das intervenções e dos discursos políticos e sim de salvar vidas e salvar o país”.