Reconhecendo que esta crise "é, de facto, planetária e conseguiu, literalmente, parar o mundo para um novo recomeço que não se sabe, exactamente, com que contornos e com que equilíbrios", o líder parlamentar do maior partido da oposição assinalou que "temos que reconhecer alguns dados importantes que podem ser considerados ganhos fundamentais" e deu como exemplo o facto de "a maior parte das ilhas" se ter mantido intacta "do ponto de vista da infecção".
No entanto, disse Rui Semedo, Santiago "teima em fugir ao controle das autoridades apresentando, diariamente, casos e situações preocupantes que exigem medidas e acções talvez mais estruturantes para inverter esta tendência que não está a nos deixar tranquilos."
A incógnita sobre o futuro, "o facto de não sabermos quanto tempo vai durar, qual o lastro de estragos vai deixar para trás e quais as reais consequências com as quais vamos ter que lidar", está a preocupar o PAICV que defende que Cabo Verde deve "aproveitar esta situação difícil, ver que oportunidades gera e que podem ser aproveitadas para repensar os sectores que devem alavancar a economia do país porque como se viu o sector do turismo, ainda que momentaneamente, sucumbiu perante este vendaval".
"Todos sabemos que nada vai ficar como dantes, todos nos apercebemos que a situação é grave, todos sabemos que há graves ameaças para o emprego, todos sabemos que há riscos enormes de regressão social, com impactos nos rendimentos e na qualidade de vida das famílias", acrescentou o líder parlamentar do maior partido da oposição.
Para o PAICV, mais do que reconhecer a existência de problemas sociais, o governo deve começar a "resolver os problemas actuais das empresas e das famílias" e "começar a desenhar respostas claras para o período pós pandemia".
Do Estado e nestas circunstâncias, concluiu o líder parlamentar do PAICV, "esperam-se medidas para preservar os postos de trabalho, para garantir a não degradação dos rendimentos e sempre num profundo diálogo com os trabalhadores e seus legítimos representantes".