Em conferência de imprensa realizada hoje, em São Vicente, de balanço da visita ao círculo, o presidente da UCID pediu uma reavaliação do contexto socioeconómico das famílias e sublinhou que os mais necessitados foram empurrados para a pobreza extrema.
“Infelizmente, ainda temos muitas pessoas que não tiveram a oportunidade, nem de receber as cestas básicas, nem o apoio financeiro que o estado anunciou, daí que que gostaríamos que os poderes central e local reanalisassem mais uma vez aquilo que se está a passar para poderem ajudar realmente as famílias com um grau de dificuldade superior ao que era antes da pandemia”, alerta.
António Monteiro defende que é preciso apoiar urgentemente as famílias mais vulneráveis e fala de situações extremas.
“Cabe ao governo e Câmara Municipal, e à própria sociedade civil, tecerem algumas linhas que permitem ajudar as pessoas que não tendo os recursos necessários estão a passar por grandes dificuldades. Temos pessoas com crianças de tenra idade [em casa] que não conseguem ter o leite, o iogurte e sequer os apoios para garantir a própria saúde dos filhos. É preciso pôr cobro a todo este dilema que muitas famílias estão a viver”, afirma.
O suposto atraso no pagamento do salário dos trabalhadores em layoff, por parte do INPS, é outra questão que preocupa a UCID.
“Até ontem, altura que tivemos oportunidade de conversar com alguns [trabalhadores], não tinham recebido nem um único centavo do INPS. A UCID considera que já passou tempo suficiente para se resolver esta questão”, aponta.
A UCID recorda que a situação de fragilidade de muitas famílias é anterior à crise provocada pela COVID-19, mas as condições foram agravadas nos últimos meses, com a pandemia.