Walter Évora, porta-voz do PAICV nesta conferência de imprensa, começou por referir que a "independência dos órgãos e a isenção dos jornalistas" têm merecido a Cabo Verde "avaliações muito positivas de instituições insuspeitas, como a “Repórter Sem Fronteiras” ou a “Freedom House”, no que diz respeito a liberdade de imprensa".
Agora, defende o maior partido da oposição, tudo isto vem ser posto em causa com a nomeação de Policarpo Carvalho para o cargo de PCA da RTC. Uma nomeação feita pelo Conselho Independente, criado pelo governo, e que escolheu para além de Policarpo de Carvalho a jornalista Margarida Fontes e Carlos dos Reis como os outros integrantes do Conselho de Administração da RTC.
"As reservas do PAICV sustentam-se no facto de o novo Presidente do Conselho da Administração, agora indigitado, ser uma personalidade com um forte vínculo político-partidário e com um reconhecido e notório activismo político em várias esferas, designadamente, na esfera da militância activa no MpD, Partido que neste momento exerce o poder em Cabo Verde", apontou Walter Évora numa conferência de imprensa realizada hoje de manhã e onde salientou ainda que o "vínculo partidário" do novo PCA da empresa e "a sua atitude e a marca do seu fanatismo a favor de um Partido, não lhe permite exercer estas altas funções com imparcialidade e isenção, e com o distanciamento que se exige a um Presidente do Conselho de Administração neste contexto, em que se espera dos órgãos públicos uma grande contribuição para a consolidação da nossa democracia".
Para o PAICV "algo não correu bem na escolha do novo Presidente do Conselho de Administração da RTC" e defendem que "ou os membros do Conselho Independente não estavam na posse de todas as informações, quando tomaram essa decisão, e foram induzidos em erro, ou o Governo continua a exercer uma influência excessiva na escolha do Conselho de Administração".