Ulisses Correia Silva durante a abertura do debate parlamentar sobre as respostas sanitárias, económicas e sociais para o novo contexto da pandemia.
“A COVID-19 não deve ser politizada, exige a tomada de consciência por parte de cada cabo-verdiano, do que está em causa. Nesta linha, não se deve fazer apologia de que o Governo recebeu milhões para o combate da COVID-19 e não dá às pessoas necessitadas. Primeiro porque não é verdade, segundo porque passa aos cidadãos mensagens perversas e erradas, transformando uma questão tão séria e grave como a pandemia, em fonte de distribuição de dinheiro de discriminação de cidadãos e de aproveitamento de uns em detrimento de outros, terceiro porque descrebiliza o país perante os doadores e os credores”, sublinhou.
Conforme referiu, o país recebeu donativos e contraiu empréstimos externos, que vão sendo desembolsados ao longo do tempo. A sua aplicação, continuou, destina-se ao apoio orçamental devido a contracção económica, a aquisição e oferta de equipamentos e materiais de saúde e de protecção individual, a cobertura de custos com medidas de protecção individual, de protecção sanitária, protecção social, cuidados e protecção às empresas, ao emprego e ao rendimento, entre outros.
Nesse sentido, o governante informou que foram beneficiados 30 mil trabalhadores do sector informal de pequenos negócios, através do rendimento solidário, 8 mil famílias em situação de pobreza extrema, através do rendimento social de inclusão emergencial.
Entre Julho e Outubro deste ano, segundo disse, 9912 famílias correspondentes a 53238 pessoas foram beneficiadas com rendimento social de inclusão, sendo 80% destas famílias chefiadas por mulheres e há ainda mais 1200 novos agregados em fase de selecção.
“O governo tomou atempadamente medidas de protecção sanitária, económica e social, investiu na capacitação laboratorial e testagem, investiu em equipamentos e materiais de saúde, em equipamentos e materiais de protecção individual, em recursos humanos e na sensibilização, comunicação e informação sobre a COVID-19, as medidas e os investimentos permitiram e têm permitido, controlar a pandemia, evitar o colapso do sistema de saúde, evitar o colapso social, o colapso económico e preparar o país para vencer a COVID-19”, proferiu, fazendo referência ao relatório do FMI.
Ulisses Correia e Silva reiterou ainda que o governo está a fazer de tudo para que a economia recupere em 2021 e possa voltar a crescer e a criar empregos.
“As medidas de protecção às empresas, ao emprego e ao rendimento, e de protecção social, continuam e vão ser reforçados nomeadamente no domínio da inclusão social”, declarou.
No seu discurso, o Primeiro-ministro apontou igualmente que medidas e acções foram desenvolvidas para posicionar Cabo Verde, particularmente Sal e Boa Vista, como destinos turísticos seguros e que o executivo está a trabalhar para assegurar a disponibilidade de vacinas assim que estiverem certificadas pela Organização Mundial da Saúde.
“Até o dia 31 deste mês decidiremos se mantemos ou relevamos o estado de calamidade vigente, ou se baixamos para o estado de contingência retirando um conjunto de restrições existentes. Temos de saber conjugar o desconfinamento e o levamento das restrições com reforço da responsabilidade cidadã”, noticiou.