“Se quisermos fazer um balanço desta legislatura podemos dizer que foram minadas as bases da confiança, foram postos em causa os fundamentos da credibilidade e governou-se com propostas diferentes das que foram feitas na campanha eleitoral. Portanto, foi posta em causa também a verdade eleitoral. As propostas mais emblemáticas foram falhadas”, apontou Rui Semedo em conferência de imprensa de balanço das jornadas parlamentares do PAICV.
Como exemplo, o líder parlamentar do PAICV citou a proposta do crescimento a 7% por ano; a proposta de garantir os 45 mil postos de trabalho; a proposta de controlar o défice, de diminuir a dívida pública e de se resolver os problemas de transporte, como aquelas que não foram cumpridas.
“O Primeiro-ministro não fala a verdade com relação aos gastos do Estado, designadamente aos avales assumidos com a empresa transportadora aérea. Ele insiste no montante de 9 milhões de contos, mesmo confrontado com a apresentação de dados, quando se sabe que esse montante é elevadíssimo. Há dados que vêm nos boletins oficiais, mas há dados que vêm na própria conta do Estado que apresenta os montantes dos avales dados. Temos avales de 2017, de 2018, 2019, 2020 e 2021. Isso ultrapassa de longe o montante de 9 milhões que o Primeiro-ministro quer vender aos cabo-verdianos”, acusou.
Segundo Rui Semedo, a pandemia provocou uma crise grave sanitária, económica e social, mas a situação de “não cumprimento” das promessas eleitorais são anteriores à pandemia.
“A meta de 7% por ano de crescimento não se atingiu mesmo antes da pandemia, a dívida pública continuou a aumentar mesmo antes da pandemia, o emprego qualificado continuou a escassear-se mesmo antes, o desemprego continuou a aumentar mesmo antes da pandemia e um conjunto de outros compromissos”, pontuou.