A posição do PAICV foi manifestada pelo líder parlamentar João Batista Pereira, durante a conferência de imprensa das jornada parlamentares.
“O programa do governo apresentado, não explica de forma clara que soluções serão adoptadas para resolver o grave problema dos transportes aéreos em Cabo Verde, continuando o país numa situação de grave vulnerabilidade em termos de ligações áreas domésticas, com consequências gravosas a nível das economias locais”, afirmou.
Não consta também do programa do governo as reformas estruturais de que o país precisa para reduzir o peso da máquina pública e libertar recursos financeiros para a economia e para que possa haver uma mais justa distribuição de poderes entre as ilhas e contrariar a excessiva concentração e centralização dos poderes, conforme disse.
“O programa do governo apresentado ao parlamento é um documento vago que não explica de forma clara e objectiva que medida de políticas públicas serão adoptadas pelo governo nesta legislatura para fazer face aos novos desafios que Cabo Verde tem nos próximos cinco anos e não contém também muito dos compromissos eleitorais assumidos nas últimas eleições”, frisou.
Segundo João Batista Pereira o actual programa do governo está “desajustado” com o contexto que se vive, uma vez que não propõe soluções para a saída de crise, não aponta caminhos para o crescimento do país, não se preocupa com a redução dos gastos.
Nesse sentido, declarou, a moção de confiança será votada e a posição do PAICV vai depender do dos esclarecimentos que o governo fornecer, das metas que estabelecer, dos compromissos que assumir com os cabo-verdianos e cabo-verdianas.
Já o líder parlamentar do MpD, João Gomes, garantiu que o programa satisfaz o grupo parlamentar do partido, chamando a atenção da população que o mesmo não se trata de um plano de actividades.
“É um programa em que o governo traça em linhas gerais aquilo que serão as suas políticas que prevê implementar ao longo da governação, portanto por um período de cinco anos. Queremos dizer que o programa do governo é apenas um instrumento que associado a outros instrumentos, o governo irá implementar”, esclareceu.
Para além do programa do governo, anunciou, outros instrumentos estarão a ser preparados. Designadamente o plano de desenvolvimento regional onde o executivo irá explanar a nível de cada região aquilo que se propõe implementar ao longo do seu mandato e outros instrumentos de investimentos públicos que visam o relançar da economia.
“Nós temos de ter em atenção o contexto em que o segundo governo de Ulisses Correia e Silva começa a sua actividade, não podemos esquecer que se tivemos no mandato anterior o ano de 2019 como referência, em que por exemplo a economia crescia quase 6%, com a pandemia tivemos um abrandamento para uma queda de cerca de menos 14%”, observou.
João Gomes referiu ainda que o grupo parlamentar do MpD está muito satisfeito com a proposta do governo da vacinação em massa.
“Estamos muito satisfeitos porque o governo pretende a vacinação, essencialmente das ilhas ligadas ao turismo, mas todas as ilhas vão se contempladas para que 70% da população esteja vacinada no final de 2021. Tudo faremos para, de facto, criar as condições políticas, no parlamento para o governo cumprir essa meta, porque é o cumprimento dessa meta que vai permitir que venhamos a receber turistas”, assegurou.