PR defende que juventude deve assumir centralidade nas políticas governamentais

PorSheilla Ribeiro,20 mai 2021 20:28

O Presidente da República (PR) defendeu hoje que a juventude deve assumir a centralidade nas políticas governamentais e ser também objecto de uma abordagem transversal. Jorge Carlos Fonseca, que discursava no acto de tomada de posse do governo da X Legislatura, voltou a insistir na necessidade de se apostar numa “educação de grande qualidade”.

“Representando as pessoas com menos de 35 anos, quase 70% da população, a juventude deve assumir a centralidade nas políticas e ser objecto de uma abordagem transversal. Não duvido que a partir da educação que nós garantimos não apenas o futuro do jovem, mas fundamentalmente, o futuro do país”, disse.

Ainda na sua comunicação, o Chefe de Estado voltou a insistir que o país necessita de apostar decididamente numa “educação de grande qualidade” que permita ombrear com os países que conseguiram construir sistemas educativos de alto nível.

“Não há sector onde a exigência do rigor e de ambição se deve fazer sentir com mais ou igual vigor. O futuro do país, da qualidade e da extensão do seu desenvolvimento, do grau da sua competitividade, decide-se em definitivo no território da educação, elemento chave do desenvolvimento do capital humano”, acrescentou.

Ainda nas suas declarações, Jorge Carlos Fonseca frisou que a seca continua a ser um factor que persegue Cabo Verde, quase sistematicamente e com repercussões a todos os níveis. Facto que, segundo afirmou, exige medidas atempadas por parte do Governo para atenuar os prejuízos imediatos.

“Mas, efeitos como a redução do rendimento das famílias e o êxodo rural, especialmente em direcção à capital persistem sempre. Por isso, o esforço no sentido de modernizar a actividade agrícola e melhorar o acesso à água mesmo com a escassez de chuva deve estar entre as principais prioridades do Governo”, sugeriu.

Jorge Carlos Fonseca referiu também que as consciências da aleatoriedade das precipitações pluviométricas têm de estar sempre presentes na concepção e concretização das políticas agrícolas.

“Essa perspectiva é fundamental para através do desenvolvimento da indústria agroalimentar almejar abastecer regularmente o mercado turístico com produtos de qualidade sem a segurança alimentar, contribuindo para um turismo sustentável”, pontuou.

Além de ser um arquipélago, Jorge Carlos Fonseca recordou que Cabo Verde é um país aberto ao mundo e ao turismo com uma “importante diáspora” e uma zona económica exclusiva de mais de 798 mil quilómetros quadrados.

Por isso, defendeu que pela sua “inestimável importância”, o esforço despendido na estabilidade e melhoria do sistema de transportes deve ser intensificado.

“É fundamental termos condições para podermos deslocarmos com segurança, conforto e previsibilidade. Evitar a inaceitável situação de uma outra ilha por vezes ficar completamente isolada do resto do país. Não obstante os seus elevados custos, é imperioso que equacionemos a problemática do transporte em situações de emergência derivadas de problemas de saúde, acidentes, catástrofes ou outras”, aconselhou.

Jorge Carlos Fonseca falou ainda na Economia Azul como acelerador capaz de alavancar o desenvolvimento do país e no aprimoramento do sistema de justiça, alertando para o facto de, há pelo menos duas décadas, haver “ausência de mecanismos de responsabilização do sistema no seu todo”.

“O aprofundamento do nosso sistema democrático, a redução significativa das assimetrias regionais e das desigualdades sociais, o reforço da segurança, estabilidade e coesão social, dependem da vida e da saúde”, prosseguiu.

Jorge Carlos Fonseca defendeu ainda que as perspectivas futuras dependem do combate a pandemia da COVID-19, pelo que “todas as energias devem ser canalizadas para driblar essa doença que nos faz sofrer, nos empobrece, nos infelicita e ameaça a nossa economia, estabilidade”.

“Ao combate a COVID-19, é necessário continuar a conceder prioridade máxima, é urgente conseguir adesão às práticas preventivas do maior número possível das pessoas, através da persuasão. Mas, há igualmente crucial adopção de medidas de responsabilização dos que teimam a ignorar os procedimentos necessários ao combate da infecção. Simultaneamente, a situação das famílias mais desfavorecidas deve merecer toda a atenção, acontecendo o mesmo com os trabalhadores e as empresas em dificuldades”, acrescentou.

Finalizando, Jorge Carlos Fonseca afirmou que o combate às assimetrias regionais “acaba de merecer mais um instrumento importante”, com a pasta ministerial da coesão territorial apresentada pelo Governo ora empossado.

“Uma vez que ao longo do nosso mandato e visitando regularmente os locais mais distantes do centro do poder, muitas são as reivindicações das populações por mais acesso às oportunidades de desenvolvimento das suas regiões, das suas localidades e das suas ilhas. Sem coesão territorial muita gente fica para trás. O país dificilmente alcançará os objectivos de desenvolvimento sustentável e não almejaremos um desenvolvimento com justiça. Sem a redução drástica da pobreza extrema, não conseguiremos melhorar os índices de desenvolvimento humano”, pontuou.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,20 mai 2021 20:28

Editado porSheilla Ribeiro  em  28 fev 2022 23:20

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