A garantia foi dada hoje, pelo presidente do partido, António Monteiro, em conferência de imprensa, em São Vicente.
“Nesta matéria, a UCID entende que teve e vai continuar a ter a confiança que depositou no cidadão e, neste caso, no deputado Amadeu Oliveira. A UCID não concorda muitas vezes é com a forma como as coisas são feitas, mas neste país temos leis, temos instituições que devem zelar pelo cumprimento das leis e vamos deixar que sejam estas instituições a resolver esta questão”, afirma.
António Monteiro diz que Amadeu Oliveira agiu como como advogado e não como deputado nacional.
“Separamos o Amadeu em duas funções, a função Amadeu advogado e a função Amadeu deputado nacional. O Amadeu, enquanto cidadão, tem o seu livre arbítrio e se ele ultrapassar as linhas e se for, realmente, demonstrado que prevaricou, que feriu de morte a justiça cabo-verdiana, que é um delinquente que está a ‘atrocidar’ as pessoas, a UCID saberá reagir a tudo isto. Mas, por enquanto, in dúbio para o réu, ninguém sabe o que terá acontecido”, explica.
António Monteiro recorda que o Supremo Ttribunal da Justiça revogou as medidas cautelares sobre Arlindo Teixeira, nomeadamente a interdição de saída do país, com a entrega do passaporte, e afirma que cabe às autoridades apurarem os factos
“Quem tinha o passaporte desta pessoa era a Policia, por sinal a Polícia de Fronteira. Se devolveram o passaporte, a mando do STJ, foi levantada a impossibilidade de se viajar, daí que entendemos que a justiça tem que fazer o seu trabalho. Tem que se analisar, de uma forma global, aquilo que está mal e procurarmos melhorar. Por enquanto, a única coisa que discordamos é da forma como às vezes, o advogado, que neste caso é também deputado Amadeu Oliveira, faz as suas intervenções”, sublinha.
Em comunicado emitido esta segunda-feira, a Polícia Nacional diz que a 17 de Junho foi informada da mudança das medidas cautelares sobre Arlindo Teixeira.
Arlindo Teixeira, emigrante em França, encontrava-se desde 16 de Junho em prisão domiciliária, decretada pelo Supremo Tribunal de Justiça, depois de ter cumprido mais de 2 anos e 8 meses de prisão por alegado homicídio em Santo Antão, em 2015. Em 2016, foi condenado a 11 anos de prisão.
Após recurso, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a pena para 9 anos. O processo subiu ao Tribunal Constitucional, que anulou a sentença e decidindo pela repetição do julgamento.
No dia 16 de Junho, o STJ decretou a prisão domiciliária de Arlindo Teixeira. Dia 26, sábado, este terá partido para Lisboa, em voo regular, na companhia do seu advogado, Amadeu Oliveira.