Medidas de mitigação da crise anunciadas pelo Governo dividem partidos

PorSheilla Ribeiro,7 abr 2022 12:19

O PAICV mostrou-se hoje preocupado por considerar que as medidas anunciadas pelo governo para reforçar a resiliência dos sistemas energético e alimentar do país, não alteram a situação actual. Por sua vez o MpD garantiu que, sem essas medidas, o país estaria a sofrer consequências mais “terríveis” do que as que sofre actualmente. Já a UCID defendeu que o país deve ter capacidade de se focar nas dificuldades para criar condições e evitar sofrer de forma profunda com as situações que as crises trazem.

As posições dos partidos foram hoje manifestadas sessão plenária para questões gerais.

“Acabam de ser publicadas no boletim oficial algumas “medidas de política pública cuja intenção é reforçar a resiliência do sistema petrolífero/energético e do sistema alimentar do país, face à escalada de preços a nível internacional” medidas que, infelizmente não alteram a situação actual ficando apenas pelas medidas de atenuação futura de alguns preços e pela suspensão de regulação nalguns domínios, o que não deixa de nos preocupar”, disse o deputado do PAICV, António Fernandes.

Relativamente aos combustíveis, apontou que os preços continuam elevados e que as medidas não travam a escalada de preços. Por esta razão, referiu que no final da governação do PAICV em 2016 a taxa de penetração das energias renováveis na rede pública era cerca de 25%, questionando ao governo como e quando foi o último investimento em energias renováveis.

Quanto aos produtos alimentares as medidas, afirmou o PAICV, não passam de meras intenções, apontando que não há concretização de apoios aos importadores.

“Fala -se de reforço da capacidade de stock, que não tem efeito imediato. As medidas anunciadas e publicada ainda não passam de uma mão cheia de intenções. Intensões manifestamente insuficientes e que não terão impacto de imediato no preço dos bens e produtos de primeira necessidade”, acusou.

O PAICV fala na oportunidade para rever a tributação no seio do imposto sobre rendimento de pessoas singulares (IRPS), da necessidade de introduzir cestas básicas e de criar melhor ambiente para que as empresas possam restruturar suas dívidas antes de qualquer linha de financiamento.

Em defesa do governo, o líder parlamentar do MpD, João Gomes, aludiu que a actual governação é a mais difícil de toda a história do país devido à interna e internacional.

Por exemplo, citou os três anos consecutivos da seca e a pandemia de COVID-19.

“E o grupo parlamentar do PAICV, já reconheceu aqui várias vezes que esse período que vivemos é o pior da nossa história seja a nível económico, seja a nível social. Quando houve o aumento dos combustíveis em Setembro de 2021, o PAICV veio cá fora exigir que o governo tomasse medidas por causa do aumento, o governo, imediatamente, tomou medidas e perante estas medidas o PAICV vem dizer que as medidas tomadas eram eleitoralistas”, declarou.

Agora, com a guerra da Ucrânia, João Gomes ressaltou que o governo agiu atempadamente e tomou medidas que estão publicadas no BO.

“Não fora as medidas tomadas por este governo, já hoje estaríamos a sofrer as consequências terríveis mais difíceis do que já estamos a sofrer, designadamente no aumento dos combustíveis. As medidas tomadas permitiram que o preço não excedesse os 5%. Se o governo não tivesse tomado as medidas que estão publicadas no BO, neste mês de Abril os preços dos combustíveis teriam aumentado nos postos não 5%, mas sim 30%”, defendeu.

No entanto, o deputado da UCID, António Monteiro frisou que não vale sempre recorrer às crises para justificar a situação que o país vive.

“Por exemplo, nos meses de Maio, Junho e Julho de 2008 o preço do barril do petróleo chegou a atingir 145 dólares o barril. E perante esta situação tivemos momentos muito difíceis em Cabo Verde. e hoje, temos um barril de petróleo cerca de 101, 102 ou 103 dólares o barril. Isto é, quase a 50% menos. Daí que dizer que temos de ter a capacidade de focar nas dificuldades para criarmos as condições e evitarmos que o país sofra de forma profunda com as situações que as crises nos trazem”, advogou.

O deputado lamentou o facto de nenhum governo do PAICV ou do MpD tiveram a capacidade de ir a fundo para tirar o país da dependência do preço do petróleo.

“Eu pergunto, quantas vezes já não chamamos a atenção dos governos, para a criação da condição, aqui, na ilha de Santiago, de infraestruturas de logística. Mas, os governos nada fizeram para permitir que o país tivesse a capacidade de armazenar combustível suficientes e reduzirmos o custo de transporte interilhas. E isto, afecta também no preço do petróleo. Vamos encarar o país real que temos e vamos encontrar as soluções para evitarmos de quando houver crise o povo esteja a sofrer”, intercedeu.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,7 abr 2022 12:19

Editado porAndre Amaral  em  21 dez 2022 23:28

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