"Governo parece ter perdido o norte", acusa o PAICV

PorAndre Amaral,5 jun 2023 12:06

Para o presidente do PAICV os "últimos sinais dados pelo primeiro-ministro são preocupantes porque ele se mostra mais preocupado com a manutenção do poder, ou ampliá-lo, de que resolver os problemas que afligem as pessoas".

O presidente do PAICV acusou hoje o governo de ter falta de visão numa altura em a "que situação do País continua a agravar-se, a população continua a sofrer os impactos directos de ausência de medias para fazer face ao aumento exagerado do custo de vida e as famílias continuam desprotegidas e desesperadas".

Em conferência de imprensa Rui Semedo defendeu que o Executivo está a ignorar prioridades como "a inclusão e o combate à pobreza, o combate às desigualdades, a promoção do emprego, principalmente o emprego jovem, o combate à criminalidade e a garantia de segurança, a qualificação do sector da saúde para respostas mais eficientes e a busca de qualidade para a educação, a formação e a qualificação dos recursos humanos".

Garantindo que, para o seu partido, "governar é, acima de tudo, a busca permanente de respostas para os problemas das pessoas", Rui Semedo diz que hoje é impossível deixar de reconhecer "a grave situação da insegurança nestas ilhas, a perturbação da ordem pública e a intranquilidade das pessoas de bem que precisam de condições mínimas para trabalhar e para produzir e viver uma vida normal".

Rui Semedo diz igualmente que o governo tem "outras prioridades" que não "concentrar-se na sua missão de servir o País e os cabo- verdianos" e que passam por atacar "a oposição e perseguir as Câmaras que não são da sua cor política, discriminar os cidadãos que pensam com as suas próprias cabeças e gerir as oportunidades numa perspetiva clientelista, assaltando o Estado e a sua Administração, colocando as instituições públicas ao serviço dos seus militantes e apoiantes".

"Só isso justifica a atitude do primeiro-ministro de desprezo para a oposição, de insensibilidades às críticas, tanto dos cidadãos como dos partidos, de um autismo profundo perante as ideias e propostas dos outros e de uma sobranceria e arrogância de quem considera que o poder é dele, outorgado por uma espécie de direito divino, transformando os outros em fiéis e acríticos súbditos", acrescenta o presidente do maior partido da oposição.

Tudo isto leva Rui Semedo a acusar Ulisses Correia e Silva de estar a transmitir sinais preocupantes e de se mostrar mais preocupado "com a manutenção do poder, ou ampliá-lo, de que resolver os problemas que afligem as pessoas" e a dizer que com "o aproximar das eleições está a revelar-se ao país, um primeiro-ministro mais violento nos discursos, que elege a confrontação política como via de relação institucional e que despreza todos que pensam ou tem ideias diferentes das suas".

"O PAICV espera que esta sanha não contribua para aumentar, ainda mais a perspetiva centralizadora deste governo e que não se traduza numa maior tentação de sufocar as Câmaras e impedir que cumpram a sua missão de realizar o bem comum e melhorar a qualidade de vida dos munícipes", apontou igualmente o Presidente do PAICV.

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Autoria:Andre Amaral,5 jun 2023 12:06

Editado porAndre Amaral  em  1 mar 2024 23:28

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