Foi uma “mensagem necessária, oportuna, equilibrada, ajustada ao contexto que vivemos e propiciadora da criação de condições para uma governação mais inclusiva e mais voltada para os reais problemas e desafios destas ilhas”, defendeu Rui Semedo, hoje, em conferência de imprensa.
“Desde logo, o PR chamou a atenção para a qualidade da nossa democracia quando caracteriza o espectro político fortemente marcado pela crispação e pelo desprezo pela cooperação institucional, pelo diálogo e pela conciliação”, reforçou o líder do PAICV.
Referindo-se ainda às declarações de José Maria Neves, o Presidente do PAICV defendeu que o Presidente da República "continua a valorizar fortemente o papel do diálogo enquanto gerador de consensos e entendimentos entre os atores políticos, ao mesmo passo que constata, com preocupação, a persistência de uma excessiva partidarização do espaço púbico, com disputas permanente que sufoca a sociedade".
Referindo-se ao caso da actualização das tarifas nos transportes marítimos, Rui Semedo defendeu que “não passou despercebido ao PR, o desnorte, a descoordenação e a desarticulação que reina no seio do Executivo”.
“Foram confrangedores os desencontros entre os diversos intervenientes, com o Ministro do Mar, que antes tinha assumido posições enérgicas com relação à concessionária, com ameaças de fim da concessão, de não pagamento da indemnização compensatória, por não reconhecimento da dívida, e até com a afirmação de que os barcos não saiam do país, para depois ter que engolir, a seco, esta despropositada e desajustada solução”, acrescentou.
Ainda em relação a este tema, Rui Semedo notou que o Governo “com o Primeiro-Ministro à cabeça, num primeiro momento, defendeu em bloco a medida para depois, na sequência da manifestação em S. Antão e descontentamento generalizado da população, recuar de forma pouco honrosa e até humilhante”.
O Governo concluiu Rui Semedo assemelha-se, actualmente, a “uma orquestra que ensaiou mal, actuou pessimamente e nunca mais acertou nas notas”.