UCID defende reformas para fortalecer sector privado

PorSheilla Ribeiro,26 jun 2025 9:46

A UCID apontou como principais entraves ao desenvolvimento das micro, pequenas e médias empresas, a burocracia, a informalidade e o difícil acesso ao crédito como obstáculos à criação de emprego, inovação e justiça social. Nesse sentido, o partido defende reformas para fortalecer o sector privado.

Declaração feita hoje pelo deputado João Santos Luís, duranteo debate sobre “Questões de Política Interna e Externa”.

“O sector privado em Cabo Verde continua frágil e negligenciado”, afirmou o parlamentar.

Para a UCID, esta situação compromete o futuro do país. “Falar do setor privado é falar do emprego, crescimento económico, inovação e justiça social. Mas também é falar, com franqueza e coragem, dos enormes bloqueios estruturais que impedem o seu desenvolvimento saudável e sustentável”, reforçou.

O deputado sublinhou que cerca de 90% das empresas cabo-verdianas são micro, pequenas e médias empresas (MPME), muitas delas a operar na informalidade, sem estrutura empresarial, com fraca gestão financeira e sem acesso real ao crédito.

Segundo João Santos Luís, estas limitações não decorrem da falta de esforço ou talento, mas sim de um ambiente económico e institucional adverso.

“O sistema financeiro funciona deficientemente a favor da produção. Os poderes instituídos complicam mais do que facilitam e a burocracia exacerbada age como verdadeiro obstáculo ao investimento e à competitividade”, afirmou.

Conforme reforçou, o sistema bancário é “excessivamente” conservador e pouco inclinado ao risco produtivo.

A informalidade, segundo o parlamentar, é outro problema estrutural, que afecta milhares de cabo-verdianos que vendem, criam e lutam todos os dias para colocar comida na mesa, mas sem direitos nem acesso à protecção social.

“Este ciclo reproduz pobreza, fragiliza o tecido empresarial e desestrutura a base fiscal do país”, criticou.

No entender do deputado, o Estado não tem cumprido o seu papel de promotor do desenvolvimento. “A complexidade da regulamentação, a morosidade nos serviços, a insegurança jurídica e a falta de transparência na contratação pública desmotivam os investidores e enfraquecem a confiança nas instituições. O Estado tem sido um aliado ou um obstáculo ao setor privado nacional?”, questionou

Embora reconheça a importância do turismo como motor económico, João Santos Luís alertou para a excessiva dependência deste sector, exposta de forma crítica durante a pandemia da Covid-19.

A UCID apresentou um conjunto de propostas como a reforma do sistema financeiro com foco no crédito produtivo, especialmente para MPME; simplificação e digitalização da administração pública; aposta no ensino técnico e empreendedorismo desde o ensino básico; descentralização da economia com oportunidades para todas as ilhas; e promoção de uma cultura empresarial baseada na ética, inovação e compromisso com o país.

“Ou mantemos um sector privado frágil, dependente e informal, ou construímos um sector forte, competitivo, que sirva os interesses dos cabo-verdianos”,  cponcluiu. 

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Autoria:Sheilla Ribeiro,26 jun 2025 9:46

Editado porAndre Amaral  em  27 jun 2025 8:19

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