Ulisses Correia e Silva discursava no debate parlamentar sobre “Sustentabilidade energética: perspectivas e desafios para a reconstrução de um Cabo Verde para todos”.
O Chefe do executivo garantiu que o Governo tem vindo a implementar medidas concretas para resolver as falhas no fornecimento de electricidade, em particular na Cidade da Praia.
“Medidas foram tomadas e continuam a ser tomadas para estabilizar e normalizar o serviço de electricidade. Concomitantemente com os trabalhos de recuperação dos grupos geradores, estão em curso ações de investigação das avarias na Central de Palmarejo: investigação técnica, investigação criminal e investigação cibernética, face à situação anormal de ocorrências e de tipologia das avarias registadas”, disse.
O Primeiro-ministro afirmou que os cortes de fornecimento de electricidade registados deviram de avarias e não de défice de capacidade instalada face à procura. Aliás, explicou que a capacidade nominal instalada na Central de Palmarejo é de 70 megawatts, superior à actual procura máxima de 40 megawatts.
Ulisses Correia e Silva recordou que Cabo Verde tem enfrentado, desde 2016, “graves crises derivadas de choques externos climáticos, sanitários e económicos”.
Ainda assim, destacou a capacidade do país em reagir e recuperar. “Perante graves crises, protegemos as pessoas, recuperamos e relançamos a economia”, argumentou.
O chefe do executivo reiterou o compromisso do país com a transição energética, salientando que o objectivo é alcançar mais de 30% de produção de energia renovável até 2026, mais de 50% em 2030 e mais de 80% em 2040.
Também assegurou que, em Santiago, a capacidade de produção de energia renovável passará de 13,8 megawatts para 42 megawatts, o que elevará a taxa de penetração de 14% para 40%.
“Com a Central de Bombagem Hídrica de Santiago, um investimento de 79 milhões de euros, aumentará significativamente a capacidade de armazenamento de energia para viabilizar maior penetração de energias renováveis na rede elétrica”, acrescentou.
Entretanto, disse que até à transição energética completa, o país continuará a investir na energia convencional, de modo a evitar défices de produção e interrupções no serviço.
Entre os investimentos em curso, referiu a nova Central Eléctrica de Palmarejo, no Sal, e as reabilitações das centrais da Brava, Maio, Fogo e São Nicolau.
Por fim, Ulisses Correia e Silva reafirmou a meta de garantir 100% de acesso domiciliário à electricidade até 2026.
“Em 2015, a taxa de acesso era de 86%. Em 2024, essa taxa situou-se em 98%. Estamos próximos de atingir o objetivo”, declarou.
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