Declarações feitas hoje durante o debate com o Primeiro-ministro sob o tema “Sustentabilidade energética: perspectivas e desafios para a reconstrução de um Cabo Verde para todos”.
Para o PAICV, a actual situação é consequência directa de anos de ausência de investimento e de manutenção preventiva.
“Esta crise energética nacional não é um acidente. É o retrato de uma governação mal planeada e que não impõe responsabilização. O Governo sabia, há muito, da gravidade da situação da Central de Palmarejo, sabia da falta de peças, sabia da dependência de geradores obsoletos, sabia do atraso da manutenção preventiva e não fez nada”, apontou.
O deputado afirmou que, em 2016, o Governo do PAICV deixou a empresa Electra com capacidade de produção de energia igual ao dobro da necessidade de consumo da população da ilha de Santiago, mas que, desde então, não houve qualquer investimento.
“O país precisa de decisões, não de desculpas. Quando será restabelecido o fornecimento estável de energia em Santiago? Que medidas de compensação justa e automática serão implementadas para as famílias e empresas afectadas? Haverá responsabilização política e técnica pelos sucessivos falhanços?”, questionou o deputado.
MpD
Na sua intervenção, a deputada do MpD, Isa Miranda, afirmou que as falhas de energia são de natureza técnica e estão a ser resolvidas com responsabilidade e seriedade.
“Durante nove anos em que o sector esteve estável, o PAICV não tocou neste tema. Com os incidentes que aconteceram neste ano de 2025 em termos de falhas no fornecimento contínuo de energia, [falou] não numa perspectiva de contribuição para melhoraria, mas sim para forçar uma perceção negativa generalizada do sector energético e do país. Mas é importante afirmar, com verdade, que não se trata de falhas políticas ou de gestão, são questões técnicas que estão a ser resolvidas com responsabilidade e seriedade”, discursou.
Entretanto, o MpD reconheceu os constrangimentos sentidos pela população, particularmente na ilha de Santiago e também no Fogo.
Isa Miranda garantiu que o Governo está a introduzir melhorias e a implementar um conjunto de medidas e investimentos que vão combater esta situação e devolver a estabilidade energética a que os cabo-verdianos estavam habituados.
UCID
“Falar da sustentabilidade energética é falar do futuro de Cabo Verde. Um futuro que tem sido sucessivamente adiado por falta de visão estratégica e de coragem política”, afirmou João Santos Luís.
No seu discurso, João Santos Luís citou que o país tem sol durante quase todo o ano, ventos constantes, mar em abundância e até um vulcão activo. Por isso, considerou que o problema não é falta de recursos, mas sim falta de inteligência governativa.
“Podemos e devemos investir com seriedade e visão em energias renováveis, aproveitando o sol, o vento que a natureza generosamente nos oferece. Podemos transformar o vulcão do Fogo numa fonte geotérmica limpa e permanente. E com 99% do território coberto por mar, temos condições únicas para produzir hidrogénio verde, a energia do futuro, limpa, sustentável e exportável”, argumentou.
A UCID apelou ao estado que planeie, invista e pense no longo prazo, bem como a líderes que ousem elevar e coloquem o interesse nacional acima de tudo.
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