Ministro das Finanças admite impacto dos cortes de energia na água e na economia

PorSheilla Ribeiro,6 out 2025 16:07

O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, reconheceu hoje a gravidade dos cortes de energia eléctrica na ilha de Santiago, assegurando que o Governo está a actuar com urgência para resolver o que considera uma situação pontual e repor a normalidade com a maior brevidade possível. O governante admitiu ainda que as falhas no fornecimento de energia têm impactos directos na produção de água e no funcionamento da economia.

Olavo Correia respondia aos jornalistas depois da apresentação da Proposta de Lei que aprova o Orçamento de Estado para o ano económico de 2026 à Comunicação Social.

“É uma situação que nós consideramos ser pontual, embora esteja a demorar algum tempo, como é óbvio, mas o Governo está a tomar medidas no plano do investimento e no plano da governança para, com a maior brevidade possível, repor a normalidade”, afirmou.

O ministro adiantou que o Governo está a trabalhar com a empresa responsável pelo fornecimento de energia para reforçar a capacidade de produção e criar sistemas de reserva que permitam uma melhor gestão do risco.

“Estamos a investir no aumento de capacidade adicional, para termos sistemas de reserva e para melhor gestão do risco, investir na tesouraria da empresa para melhorar toda a sua capacidade em matéria de investimentos e de manutenção, e na governança para também melhorarmos a capacidade de resposta”, explicou.

Olavo Correia reconheceu ainda que a situação tem impactos directos na produção de água e no funcionamento da economia.

“Sem energia, como é óbvio, teremos dificuldades na produção de água. São bens essenciais hoje. Todos nós trabalhamos com energia, usamos computadores, máquinas, precisamos de energia para as empresas industriais e para os serviços. Sem energia há um bloqueio, e quando há cortes periódicos, isso tem custos adicionais para as empresas, para as pessoas e para as famílias”, apontou.

Conforme garantiu, o executivo está empenhado em resolver o problema.

“É uma situação que tem de ser resolvida com a máxima urgência. O Governo está a actuar para fazer com que isso aconteça e temos recursos previstos para 2026, para voltarmos à normalidade no comercialismo da energia e da água na ilha de Santiago e em todas as ilhas de Cabo Verde”, garantiu.

Ainda nas suas declarações Olavo Correia frisou que a crise energética não compromete a ambição do Executivo em matéria de transição energética e que o país mantém a meta de atingir uma penetração de 30% de energias renováveis até ao final de 2025 e de 50% até 2030.

“Com os investimentos que estão em curso, ao nível do sistema de armazenamento, financiado pelo Global Gateway e também pelo Banco Mundial, e com os privados que estão a investir, nós temos a confiança em como isso será possível”, afirmou.

De referir que na passada terça-feira, cerca de duas dezenas de pessoas saíram às ruas da Cidade da Praia para protestar contra os sucessivos cortes de energia que têm afectado a ilha de Santiago desde Setembro.

Também na semana passada, a Empresa de Produção de Electricidade (EPEC) apresentou, um conjunto de medidas de resposta rápida à sequência de avarias registadas na central de Palmarejo. Entre as acções estão o reforço da capacidade da central através do aluguer de grupos geradores adicionais.

Segundo o PCA da EPEC, Luís Teixeira, o objectivo é restaurar a normalidade da produção e distribuição de energia, bem como proteger os clientes dos prejuízos resultantes das interrupções.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,6 out 2025 16:07

Editado porAndre Amaral  em  13 out 2025 23:22

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