Olavo Correia respondia aos jornalistas depois da apresentação da Proposta de Lei que aprova o Orçamento de Estado para o ano económico de 2026 à Comunicação Social.
“É uma situação que nós consideramos ser pontual, embora esteja a demorar algum tempo, como é óbvio, mas o Governo está a tomar medidas no plano do investimento e no plano da governança para, com a maior brevidade possível, repor a normalidade”, afirmou.
O ministro adiantou que o Governo está a trabalhar com a empresa responsável pelo fornecimento de energia para reforçar a capacidade de produção e criar sistemas de reserva que permitam uma melhor gestão do risco.
“Estamos a investir no aumento de capacidade adicional, para termos sistemas de reserva e para melhor gestão do risco, investir na tesouraria da empresa para melhorar toda a sua capacidade em matéria de investimentos e de manutenção, e na governança para também melhorarmos a capacidade de resposta”, explicou.
Olavo Correia reconheceu ainda que a situação tem impactos directos na produção de água e no funcionamento da economia.
“Sem energia, como é óbvio, teremos dificuldades na produção de água. São bens essenciais hoje. Todos nós trabalhamos com energia, usamos computadores, máquinas, precisamos de energia para as empresas industriais e para os serviços. Sem energia há um bloqueio, e quando há cortes periódicos, isso tem custos adicionais para as empresas, para as pessoas e para as famílias”, apontou.
Conforme garantiu, o executivo está empenhado em resolver o problema.
“É uma situação que tem de ser resolvida com a máxima urgência. O Governo está a actuar para fazer com que isso aconteça e temos recursos previstos para 2026, para voltarmos à normalidade no comercialismo da energia e da água na ilha de Santiago e em todas as ilhas de Cabo Verde”, garantiu.
Ainda nas suas declarações Olavo Correia frisou que a crise energética não compromete a ambição do Executivo em matéria de transição energética e que o país mantém a meta de atingir uma penetração de 30% de energias renováveis até ao final de 2025 e de 50% até 2030.
“Com os investimentos que estão em curso, ao nível do sistema de armazenamento, financiado pelo Global Gateway e também pelo Banco Mundial, e com os privados que estão a investir, nós temos a confiança em como isso será possível”, afirmou.
De referir que na passada terça-feira, cerca de duas dezenas de pessoas saíram às ruas da Cidade da Praia para protestar contra os sucessivos cortes de energia que têm afectado a ilha de Santiago desde Setembro.
Também na semana passada, a Empresa de Produção de Electricidade (EPEC) apresentou, um conjunto de medidas de resposta rápida à sequência de avarias registadas na central de Palmarejo. Entre as acções estão o reforço da capacidade da central através do aluguer de grupos geradores adicionais.
Segundo o PCA da EPEC, Luís Teixeira, o objectivo é restaurar a normalidade da produção e distribuição de energia, bem como proteger os clientes dos prejuízos resultantes das interrupções.