Artigos sobre Tony Lima
A paixão em viagem de uma Tokatina
Há anos atrás, quando havia aniversários, jantares ou simplesmente porque a lua estava bonita, quem sabia tocar, trazia os seus violões para as salas e quintais das casas e tocava-se pela música, pelo prazer de estar com ela, que na verdade era o prazer dos presentes estarem juntos e partilhar a música da forma mais bela que ela se oferece – a pureza.
Retratos do Quotidiano: Tony Lima, Kaoguiamo e a música de intervenção (parte II)
Descendente directo de uma família de músicos, António Pedro Monteiro Lima inicia o processo de socialização musical primária com o pai que, na longínqua década de 50, “acompanha a fadista lusa Amália Rodrigues na sua primeira deslocação ao Senegal com uma banda constituída por cabo-verdianos”. Afora o genitor, por sinal, “bom basquetebolista e voleibolista”, ao tempo,e de quem o filho herda a fortíssima veia musical, Tony é, igualmente, irmão mais velho de Jorge Lima (codé), músico e percussionista do conjunto musical Os Tubarões e, ainda, do lado materno da família Barreto, “parente próximo de Ano Nobo e Orlando Pantera”.
Retratos do Quotidiano: Tony Lima, Kaoguiamo e a música de intervenção (parte I)
António Pedro Monteiro Lima (Tony Lima), filho varão de pais cabo-verdianos, nasce a 05 de Janeiro de 1948, no Hospital Aristide Le Dantec, na cidade de Dacar, na República de Senegal, onde decorrem a infância e a adolescência, numa sociedade maioritariamente muçulmana (95%), marcada pela sua diversidade étnica (lébous, peuls e toucouleurs) e, ainda, pela presença do wolof como língua franca de comunicação mais falada em todo o território senegalês. A mãe, D. Fortunata Alfama Barreto, filha de bravense e descendente do ramo da família Pereira Barreto estabelecido na ilha de Santiago, “pertencia, também, à família abastada dos Barreto de Cacheu”, que se torna conhecida graças à sua ligação genealógica ao famoso Capitão-Mor de Cacheu e Governador da então Guiné portuguesa, Honório Pereira Barreto (Cacheu, 24 de Abril de 1813 – Bissau, 16/26 de Abril de 1859), também ele filho de pai cabo-verdiano. O pai, Lino Lima, natural de Santo Antão, mas com costela santiaguense, “por causa da minha avó paterna”, era filho de José da Rosa Lima, também ele nascido nessa ilha, que “vem para São Vicente e, depois, emigra para os Estados Unidos da América”.
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