"O país confiável" do governo e a "falta de soluções para o país" do PAICV

PorAndre Amaral,31 jul 2019 19:16

Num debate sobre o estado da nação não se esperam consensos entre situação e oposição. O de hoje não foi excepção.

De um lado, o governo e o partido que o suporta tentaram mostrar um país a progredir, com crescimento económico, onde o desemprego diminui e a segurança aumenta. Do outro, a oposição a duas vozes. O PAICV que não encontra nenhum ponto positivo na governação e a UCID que avaliou positivamente, mas com reservas, a actuação do governo.

Ulisses Correia e Silva, no discurso que fez durante a manhã, tentou demonstrar que Cabo Verde é hoje visto como “um país estável, seguro, credível e confiável, de baixos riscos políticos, sociais e reputacionais. Um país em que a paz social impera. Um país com a ambição de atingir o desenvolvimento sustentável”.

Uma visão secundada, naturalmente, pelo MpD. "O país está muito melhor do que em 2016", defendeu o líder parlamentar do partido que sustenta o governo, Rui Figueiredo Soares, que acusou o PAICV de "se excluir do processo de desenvolvimento do país" e apelando ao maior partido da oposição para ser "uma oposição válida e em paz com os resultados eleitorais".

Para a UCID, o governo podia ter feito melhor. “O governo tem culpa porque podendo melhorar a vida dos cabo-verdianos, não o faz”.

A UCID, tal como António Monteiro tinha dito na entrevista ao Expresso das Ilhas, avalia a governação de forma positiva, ainda assim, com grandes reservas.

Visão diferente tem o PAICV.

Segurança, transportes, economia, agricultura foram alguns dos sectores que a bancada do PAICV mais atacou.

Nos transportes, o maior partido da oposição questionou por diversas vezes o governo sobre os contratos assinados com a Binter e a Icelandair. No sector dos transportes marítimos, também o negócio que levou à criação do consórcio que vai explorar o serviço de transporte marítimo interilhas foi alvo de críticas por parte do maior partido da oposição.

Durante a tarde, durante a segunda parte desta ultima sessão parlamentar, o debate decorreu sem grandes polémicas, mas com alguns ‘recados’.

No encerramento, onde a UCID não participou, o PAICV manteve o tom crítico em relação ao governo de Ulisses Correia e Silva e a acusar o governo de não ouvir as dificuldades do país e de não dar uma solução “para o problema de pessoas que não sabem se conseguem pôr uma refeição na mesa”.

Fora deste debate ficou o tema de Chã das Caldeiras. Apenas Rui Semedo fez uma breve referência para, uma vez mais, apontar “falta de soluções do governo para o país”.

Do lado da bancada do MpD veio o esperado apoio às políticas do governo. “Os resultados estão visíveis”, disse Rui Figueiredo Soares antes de criticar o PAICV. "É inaceitável que um país com a história do PAICV se comporte como um partido anti-sistema", disse.

Também Ulisses Correia e Silva não poupou nas críticas ao maior partido da oposição que classificou de “ressentida e incomodada por Cabo Verde estar a crescer, a gerar emprego e a oferecer aos cabo-verdianos melhor qualidade de vida”.

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Autoria:Andre Amaral,31 jul 2019 19:16

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  25 abr 2020 23:20

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