Segundo a declaração, os Estados que a aprovaram comprometem-se a garantir a que os sectores do turismo e do transporte estão envolvidos "no planeamento do desenvolvimento económico dos Estados, de modo a que o turismo e a aviação possam ser usados como um impulsionador eficaz do desenvolvimento económico".
O documento apela igualmente a que seja criada uma "forte 'Marca de África' num mercado cada vez mais competitivo" que potencie o turismo africano e que gere "demanda suficiente de tráfego aéreo".
Outro dos pontos de destaque no documento hoje aprovado no Sal é o apelo a que se "liberalizem ainda mais" os serviços de transportes aéreos "intra-africanos e intercontinentais, especialmente através da implementação da decisão de Yamoussoukro e da MUTAA (Mercado Único de Transportes Aéreos em África).
"Não temos de ir a reuniões dizer sempre a mesma coisa"
Annette Ferguson, ministra das Infraestruturas da Guiana, na intervenção que fez antes da declaração do Sal ser aprovada apelou a que sejam encontradas "formas de melhorar as ligações e de diminuir os custos. No meu caso, a viagem da Guiana até Cabo Verde demorou quase dois dias e custou uma fortuna. Isso precisa ser mudado".
"Os governos devem ser capazes de encontrar formas de melhorar as ligações. Uma pessoa da diáspora não pode ficar 10 anos sem ver a família, que ficou no seu país de origem, porque as viagens são muito caras", acrescentou.
A realização de eventos como este, como defendeu Annette Ferguson, é útil, mas "não basta pagarmos fortunas para vir a uma sala conversar. É preciso pôr as decisões que aqui tomamos em prática. Espero que hoje não seja um dia só para conversar. Que seja um dia de decisões práticas para resolvermos os problemas das ligações aéreas entre os países", concluiu.
Gilberto Barros, secretário de Estado das Finanças apoiou as declarações feitas pela ministra da Guiana. "Não temos apenas de tratar das ligações mas também de garantir que os custos das ligações aéreas diminuem. Não temos de ir a reuniões dizer sempre a mesma coisa. Temos de tomar decisões. Espero que daqui por um ano falemos que realmente aumentamos as ligações entre os países".
Recordando que a convenção de Yamoussoukro, que liberaliza o acesso aos mercados de transporte aéreo em África foi assinada em 1999, o governante apelou a que esta seja posta finalmente em prática vinte anos após a sua assinatura.