Assédio sexual e moral: estudo revela pouco conhecimento da lei e baixa disposição para apresentar queixa

PorAilson Martins, Rádio Morabeza,26 mai 2023 14:16

Apresentação pública dos resultados dos “Estudos sobre a protecção dos direitos das mulheres e o combate ao assédio sexual, à violência sexual e empoderamento económico das mulheres"
Apresentação pública dos resultados dos “Estudos sobre a protecção dos direitos das mulheres e o combate ao assédio sexual, à violência sexual e empoderamento económico das mulheres"Rádio Morabeza

A percepção sobre a lei relativa ao assédio e violência sexual é reduzida e a disposição das pessoas para apresentar queixas é baixa. Eis algumas das conclusões do "estudo sobre a proteção dos direitos das mulheres e o combate ao assédio sexual, à violência sexual e empoderamento econômico das mulheres", realizado pela Organização das Mulheres de Cabo Verde (OMCV), apresentado hoje, na Praia. O estudo foi realizado em 2022, no âmbito do projecto "empoderamento de mulheres e meninas em Cabo Verde: o caminho para o desenvolvimento"

A presidente da OMCV, Eloisa Cardoso, avança que o estudo abrangeu as ilhas de São Vicente, Santiago e Fogo.

“Em termos de dados, em primeiro lugar, temos pouca percepção em relação ao que é dito sobre assédio sexual e violência sexual. Por outro lado, mostra-nos também que há pouca disposição das pessoas em apresentarem queixas quando sofrem este tipo de violência, devido à culpa, à culpabilização, ao medo de represálias e a outras questões que normalmente têm impedido que as pessoas procurem a justiça em caso de sofrerem esse tipo de violência”, avança.

A pesquisa foi realizada com base em inquérito aos estudantes, lavadores de carro, trabalhadoras domésticas, trabalhadores informais e taxistas.

A apresentação pública dos resultados foi presidida pelo ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire.

“Durante um ano, recebemos apenas 10 denúncias na Inspeção-Geral do Trabalho relacionadas com assédio sexual ou assédio moral, sendo a maioria delas feitas por mulheres. Acreditamos que esse número seja muito menor do que a realidade e reconhecemos que não devemos esconder esse problema. Precisamos encontrar mecanismos para aumentar as denúncias, para que as vítimas se sintam mais protegidas e para que aqueles que perseguem, tentam intimidar ou usam sua posição hierárquica sejam punidos e responsabilizados”, explica

O ministro avança que será feita uma alteração ao Códio Laboral, para que o assédio sexual e moral não seja apenas ao nível do superior hierárquico ao trabalhador, mas também abranja colegas e colaboradores, a fim de prever e criminalizar um maior número de casos.

O "estudos sobre a proteção dos direitos das mulheres e o combate ao assédio sexual, à violência sexual e empoderamento económico das mulheres", realizado pela OMCV, foi financiado pelo Governo dos Estados Unidos da América.

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Autoria:Ailson Martins, Rádio Morabeza,26 mai 2023 14:16

Editado porAndre Amaral  em  20 fev 2024 23:28

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