A posição do maior partido da oposição foi expressa ontem, no Parlamento, através de uma declaração política. O deputado Rui Semedo exige que o Estado garanta a segurança de todos.
“Alertar para a dimensão deste acontecimento violento e inusitado, mas também para juntar a sua voz a todos os que se sentem revoltados, indignados e exigem que o Estado cumpra o seu papel de garante da protecção das pessoas no geral e de amparo das crianças, em particular”, diz.
“É obrigação fundamental do Estado garantir que as crianças tenham todas as condições para viver e crescer livremente neste país", acrescenta Rui Semedo.
O MpD, através do líder da bancada parlamentar, Rui Figueiredo Soares, junta a sua voz à do PAICV.
“Nenhum dos partidos políticos está aqui a tirar dividendos políticos ao acusar a outra parte, é uma responsabilidade nacional, que apela e exige de todos respostas serenas, cabais e com muita confiança e determinação”, entende.
O líder parlamentar da maioria considera que a questão da insegurança está a tomar contornos que devem merecer um combate sem tréguas por parte do Governo, do Estado e da própria sociedade.
Do lado do Governo, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, diz que o desaparecimento de crianças é uma situação séria e grave e que exige um pacto nacional.
“Infelizmente, não é a primeira vez que se verifica o desaparecimento de crianças em Cabo Verde. Este facto aconteceu há muitos anos em São Vicente, onde desapareceram crianças que até hoje não foram encontradas. De facto, o pacto é necessário nesta matéria, porque é uma questão séria e complexa em toda a parte do mundo”, diz.
Já ontem, durante a sessão de perguntas ao Governo, Paulo Rocha havia dito que a decisão de pedir apoio internacional para ajudar Cabo Verde na investigação do desaparecimento de crianças cabe ao Ministério Público. O governante diz-se confiante no trabalho da polícia.
Desde Agosto, pelo menos cinco pessoas desapareceram em bairros periféricos da cidade da Praia, entre elas quatro crianças. O caso mais recente é o dos dois menores, de 11 e 9 anos, com paradeiro desconhecido desde 3 de Fevereiro. Edvanea Gonçalves, de 10 anos, residente no bairro Eugénio Lima, está desaparecida desde Novembro do ano passado.