O presidente da UCID, António Monteiro, falava hoje no parlamento, no último dia da sessão plenária de Junho.
“O contacto tido com várias pessoas da área do empresariado nacional mostra-nos que o objectivo que o Governo tem, devido ao excesso de burocracia, não tem tido o efeito prático que se pretende. Em São Vicente, por exemplo, os empresários que procuram a possibilidade de ter este investimento não estão conseguindo tê-lo, consequentemente, a economia da ilha está numa situação crítica e precisa urgentemente de se encontrar um modelo para podermos gerar mais riqueza e mais emprego”, diz.
A linha de crédito resulta de um protocolo assinado a 24 de Abril deste ano, entre o Governo e a banca comercial, com o objectivo de financiar as empresas, com garantia do Estado e juros bonificados em 50%.
Hoje, no parlamento, além da carga burocrática, a UCID lembrou que os 50% de redução das taxas de juro não estão no Orçamento de Estado para este ano, pedindo, por isso, mais facilidade.
“Estamos a pedir ao Governo para facilitar, para que os empresários possam ter acesso, porque só assim os nossos empresários poderão gerar riqueza e só com esta riqueza poderão criar postos de trabalho. De outra forma, estaremos a falar e a falar, mas a prática, que é boa, a criação de emprego, o rendimento para as famílias, dificilmente irão surgir”, enfatiza.
O Governo reconhece que os processos junto à banca devem ser mais céleres. O ministro Abraão Vicente garante que o executivo vai intervir para que as medidas já adoptadas sejam concretizadas.
“Concordo consigo [António Monteiro] que é preciso, de facto, acelerar este processo. Creio que devo, em nome dos ministros da área económica, garantir que estamos a fazer todo o esforço no sentido de concretizar essas medidas, porque de outra forma seria inútil cria-las”, garante.
O protocolo, assinado entre o Governo e as instituições bancárias, visa "colmatar as lacunas de financiamento" às empresas cabo-verdianas e prevê a criação de linhas de crédito para as áreas de turismo, internacionalização, apoio à inovação, investimento, comércio e serviços, 'start up' e instituições de micro-crédito e micro-empreendedorismo.
Na altura em que o documento foi rubricado, o presidente da Conselho Superior das Câmaras de Comércio, Belarmino Lucas, considerou o acordo um "passo gigantesco" no sentido da facilitação do acesso ao financiamento por parte das empresas.